Inadimplência cai e vendas crescem 11,5% em março

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Comércio tem bons resultados no primeiro trimestre e aposta no Dia das Mães e na Copa do Mundo para manter vendas em alta

 

Março e o primeiro trimestre do ano encerraram com quadro favorável para a inadimplência do consumidor e as vendas do comércio varejista. No mês passado, o volume de crediários com prestações em atraso na cidade de São Paulo, o principal mercado consumidor do País, caiu 0,9% em relação a março de 2009. Em igual período, o número de carnês inadimplentes que foram renegociados cresceu 9,5%, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

 

O resultado é semelhante quando se levam em conta os dados do primeiro trimestre deste ano comparados com os mesmos meses de 2009: queda de 1,2% no número de carnês inadimplentes e crescimento de 8,6% no volume de títulos em atraso que foram renegociados.

 

"Esse resultado favorável da inadimplência sinaliza que as vendas do comércio poderão se acelerar ainda mais nos próximos meses", afirma o economista da entidade, Emílio Alfieri. Ele ressalta que a maior oferta de crédito, combinada com prazos mais longos dos financiamentos, dá condições para o consumidor colocar a vida financeira em ordem. Além disso, a grande geração de emprego indica que o movimento de queda da inadimplência não será passageiro.

 

Ainda apontado pelo consumidor como o principal motivo do calote, o desemprego está perdendo importância. A mais recente pesquisa da ACSP para traçar o perfil do inadimplente revela que 38% dos entrevistados que deixaram de pagar as dívidas em dia alegaram a perda de emprego como a principal razão. Em março do ano passado, 42% dos inadimplentes apontaram esse fator e no ano anterior, em 2008, eram 52% dos entrevistados. "As causas do calote estão mudando", diz Alfieri.

 

Endividamento. De acordo com o economista, a médio prazo, o endividamento excessivo poderá provocar transtornos para o varejo, não a recessão ou o desemprego. Também segundo a pesquisa feita pela associação, em março 73% dos entrevistados que compram a prazo informaram que têm dois ou mais carnês para pagar e 27% deles somente um. No ano passado, essa proporção era de 47% e 53%.

 

Os volumes de vendas a prazo e à vista de março e do primeiro trimestre indicam que o comércio não tem do que se queixar. O número de consultas para vendas a prazo cresceu em março 11,5% ante o mesmo mês de 2009 e 6,6% no trimestre. Nos negócios com cheque à vista ou pré-datado o acréscimo foi de 9% e de 6,4%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.

 

"O cenário é azul para o comércio como um todo", diz o economista. Ele conta que, em recente reunião realizada pela entidade com varejistas de diferentes segmentos, todos informaram que estão vendendo muito bem. A perspectiva é de que o cenário se mantenha no curto e médio prazos. Dia das Mães, Copa, eleições e oferta abundante de crédito sustentarão o crescimento.

 

Veículo: O Estado de São Paulo


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