Empresas investem em produtos diferenciados para conquistar as novas classes de consumidores
A melhora na renda e no padrão de vida do trabalhador, com um contingente de famílias ascendendo socialmente, fomenta a produção de alimentos de maior valor agregado. Por isso, a projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia) para 2010 é de alta entre 4,5% e 5% na produção física e de 5% a 5,5% nas vendas reais.
Os últimos doze meses anteriores a março já indicam diferença entre as duas medições, ficando a alta das vendas em 4% e a da produção em 3,1%. “Percebemos a busca por produtos de maior valor nutricional, alimentos proteicos. Os itens em alta no mercado interno são laticínios, chocolates (a Páscoa foi muito boa), bebidas, incluindo sucos e águas, pratos prontos e semiprontos”, afirma Amilcar Lacerda de Almeida, gerente do Departamento de Economia, Estatística e Planejamento da Abia. Por outro lado, alguns itens, cuja participação das vendas externas na produção é muito alta, demonstram mau desempenho. Apresentam taxas negativas em gêneros como carnes, óleos e gorduras vegetais e suco de laranja.
Como em outros setores, é o mercado interno que se mostra mais forte. E as indústrias gaúchas buscam atender a esse consumidor. É o caso da Florestal, de Lajeado. Produtora de pirulitos e guloseimas, a empresa teve de mudar junto com os clientes. “Nosso forte sempre foi na classe C e D. Mas à medida que o consumidor melhorou sua renda, passou a querer produtos melhores. Então, investimos muito em produtos diferenciados para manter a nova classe de consumidores sob nosso guarda-chuva”, explica Verno Arend, diretor comercial da Florestal. Depois de crescer 10,1% em 2009, a empresa projeta aumento de 15% em 2010. Além do mercado doméstico, exporta para mais de 80 países e é líder na América Latina em pirulitos planos.
Veículo: Jornal do Comércio - RS