Economia volta a se acelerar no 3º tri

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Retomada ocorre após desaceleração no 2º trimestre, dado que sai hoje; no ano, crescimento deve ficar em 7%

 

Indicadores como vendas de veículos e produção industrial mostram recuperação às vésperas da eleição

 

Depois da desaceleração no segundo trimestre, que deve ser confirmada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira dá novos sinais de vigor no terceiro trimestre deste ano.

 

Alguns dos indicadores antecedentes (como vendas de veículos, produção industrial e movimento nas rodovias pedagiadas) já mostram recuperação às vésperas do período eleitoral.

 

Isso deverá garantir o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de cerca de 7% em 2010. Para o ano que vem, no entanto, a maioria das previsões situa-se entre 4% e 4,5%.

 

No segundo trimestre, o PIB deve ter crescido entre 0,6% e 0,9%, percentual muito abaixo dos 2,7% do primeiro trimestre (em relação ao período anterior).
Nos primeiros três meses do ano a economia "rodou", em termos anualizados, com um crescimento chinês, de 11%. No segundo trimestre, porém, o percentual deve ter caído para cerca de 3%.

 

Em julho, primeiro mês do terceiro trimestre do ano, a produção industrial voltou a subir após três meses seguidos de queda.

 

A fabricação de veículos automotores, principalmente de caminhões, e o setor de bens intermediários (compras feitas pela indústria) foram os principais motores do avanço.

 

REGIÕES

 

Quando o resultado da indústria é examinado por regiões, também nota-se sinais positivos para os próximos meses. Até junho, a tendência regional era de queda. Naquele mês, a produção industrial caiu em 9 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE.
Já em julho o indicador teve alta em sete regiões. São Paulo, que concentra cerca de 40% da estrutura produtiva do país, foi a região mais dinâmica no período.

 

Em agosto, a venda de veículos novos continuou batendo recordes. O crescimento foi de 3,5% em relação a julho deste ano e de 21,2% em relação a agosto do ano passado.
Apesar dessa expansão, segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), a inadimplência nas linhas de financiamento de veículos recua.
"O Brasil já se coloca como o quarto mercado automotivo do mundo. Nos próximos meses, devemos seguir crescendo", afirma Ademar Cantero, diretor da Anfavea, que reúne os fabricantes de veículos.

 

MENOS CRÉDITO

 

Os dados do Banco Central mostram que houve desaceleração na concessão de crédito a pessoas físicas e a empresas nos últimos meses.

 

O percentual do crédito em relação ao PIB, porém, atingiu em julho o maior patamar da série histórica, iniciada em 2001: 45,9%. O bom resultado pode ser atribuído, sobretudo, ao financiamento para os investimentos, via BNDES, e aos empréstimos para a habitação.

 

Outros indicadores (como produção de embalagens e consumo de energia), embora continuem crescendo no terceiro trimestre, avançam com ímpeto menor do que o do início do ano.

 

A maioria das consultorias de economia aposta em uma desaceleração da economia em 2011, quando, passado o período eleitoral, o governo deve diminuir fortemente o ritmo de aumento dos gastos públicos.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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