Com automóveis, vendas sobem 1,2% em julho

Leia em 3min 20s

Para IBGE, renda e emprego em alta vão garantir um bom resultado para o varejo no fim do ano

 

As vendas do comércio cresceram pela terceira vez seguida em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas do comércio ampliado - que inclui automóveis e materiais de construção - aumentou 1,2%, percentual bem superior a alta de 0,4% no volume de vendas do conceito restrito adotado pelo IBGE. Por segmento, as vendas mais expressivas de julho sobre junho foram de livros (3,4%) e automóveis (2,9%), sempre na série com ajuste sazonal e em volume.

 

Já o faturamento do varejo registrou a sétima expansão consecutiva no conceito restrito e a alta também foi de 0,4%. Os segmentos que tiveram os maiores aumentos de receita foram os mesmos - veículos, motos, partes e peças (4,1%) e livros, jornais, revistas e papelaria (3,8%).

 

No ano, o volume do varejo restrito e ampliado apresenta crescimento semelhante em relação aos primeiros sete meses de 2009 - 11,4% e 11,8%, respectivamente. Na receita, as vendas de automóveis e construção mostram mais fôlego e dão um ritmo mais expressivo (15%) do que na média dos demais setores (alta de 13,5%), também considerando o acumulado de 2010 em relação a igual período do ano passado.

 

O crescimento de 0,4% das vendas do varejo em volume (restrito) mostrou desaceleração em relação a alta de 1% observada em junho sobre maio. Incluindo automóveis e construção, o recuo foi menor - de 1,5% em junho para 1% em julho. Nilo Lopes de Macedo, coordenador de serviços e comércio do IBGE, afirma que, embora o comércio varejista apresente taxas de crescimento cada vez menores, isso não deve resultar em retração do setor. "Estamos caminhando para terminar o ano com avanço de 9% nas vendas."

 

Ele destaca ainda que, na comparação anual, diversos setores têm expansão de dois dígitos. É o caso dos equipamentos para escritório e informática (20,3%), dos materiais de construção (14,9%) e de veículos e motos (14,6%), entre outros.

 

Macedo diz que a desaceleração nas vendas dos hipermercados, supermercados e nas vendas de produtos alimentícios em julho contribuiu para o crescimento menor do varejo no mês. Entretanto, o economista relativiza a perda de ritmo no segmento, cujas vendas avançaram 1,5% em junho e tiveram estabilidade (0,01%) em julho.

 

De acordo com o especialista, embora haja oscilações de um mês para o outro, o aumento da renda, o avanço do emprego formal e o barateamento de produtos, principalmente dos alimentos, devem garantir o vigor do varejo neste ano. "Quem está entrando no mercado de trabalho agora tem mais propensão a consumir do que aquele que já está empregado", diz Macedo.

 

Marco Quintarelli, consultor especializado em varejo, diz que as perspectivas para os supermercados são favoráveis. "Há uma pequena queda em julho mas os empresários já estão reforçando estoques para os próximos meses." Ele diz que, a partir deste mês, grandes redes fazem promoções para comemorar os aniversários das marcas e que no último trimestre do ano as compras se aquecem em razão das festas.

 

Entre unidades da federação, apenas o Piauí não registrou crescimento nas vendas do comércio varejista entre julho deste ano e julho de 2009. As taxas mais elevadas foram obtidas por Tocantins (57,0%), Rondônia (29,6%), Acre (27,8%), Roraima (23,7%), Mato Grosso (21,0%) e Maranhão, com variação de 20,7%. No Piauí, houve retração de 0,5%.

 

Os resultados do comércio em relação ao mês anterior na série com ajuste sazonal apontam 17 Estados com variação positiva no volume de vendas. Os destaques na pesquisa do IBGE foram Rio Grande do Norte (4,3%), Rio Grande do Sul (3,8%), Mato Grosso (2,8%), Acre (2,5%), Maranhão (2,4%) e Alagoas (2,0%). (Com Folhapress, do Rio)

 


Veículo: Valor Econômico


Veja também

Indústria brasileira resiste a acordo com UE

Otimista, a ponto de anunciar a intenção de fechar um acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) a...

Veja mais
BC vai atuar no mercado futuro de dólar

Real teve valorização de 4% na comparação com uma cesta de 15 divisas; governo teme especula...

Veja mais
Juros e preços podem subir em 2011 com quebra de safras

O mercado financeiro aposta que o próximo governo terá no início de seu mandato uma pressão ...

Veja mais
Mercado contraria BC e volta a elevar projeção de inflação para 2011

O mercado reforçou as apostas na direção contrária à visão, divulgada na ata d...

Veja mais
Classes C e D compram mais e buscam qualidade e bom preço

As redes de supermercados apostam no aumento do poder de compra das classes “C e D” para expandir os neg&oac...

Veja mais
Preço baixo estimula importação

Cotações de produtos importados em dólar estão em níveis atraentes   Os pre&cc...

Veja mais
Pesquisa mostra entrada de 29 milhões na classe C desde 2003

De 2003 a 2009, um total de 29.063.545 brasileiros ascenderam para a classe C, a chamada nova classe média. Somen...

Veja mais
Dobram importadoras com dólar em queda

O número de empresas importadoras brasileiras será mais que o dobro do total de companhias exportadoras pe...

Veja mais
Inadimplência do consumidor cresce 11,5% em agosto, aponta Serasa

A inadimplência do consumidor registrou alta de 11,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês...

Veja mais