Com renda estimada em R$ 834 bilhões para este ano, os consumidores que fazem parte do perfil das classes C e D passaram a ser disputados por empresas de diferentes segmentos econômicos. Para entender melhor a colocação destes novos consumidores em potencial, o Instituto Data Popular realizou um amplo estudo sobre esse filão.
Conforme o levantamento apurado pela entidade, somente os jovens que compõem esse universo das classes C e D chegam a movimentar em torno de R$ 96 bilhões. Na apuração consta que de cada R$ 100 em mercadorias vendidas no mercado varejista, cerca de R$ 41 se eram de produtos comprados por mulheres.
Os dados foram anunciados nesta terça-feira (9) pelo sócio diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, na abertura da primeira edição do Congresso Nacional sobre Mercados Emergentes, que acontece em São Paulo.
De acordo com Meirelles, a população desse mercado sabe dar valor a cada centavo gasto e prefere aplicar o dinheiro em itens com preço e qualidade de uma faixa intermediária. O executivo ponderou que os produtos mais baratos, incluindo os 'piratas', são desprezados porque duram pouco, e os mais sofisticados e caros estão fora da lista de compras porque comprometem a renda desse consumidor. "Se o mundo corporativo quiser uma fatia desse mercado, é fundamental que exercite a humildade de se colocar no lugar do outro e entenda que o novo consumidor fala uma língua muito diferente da falada pela elite", afirmou o executivo.
De acordo com Meirelles, esses consumidores emergentes já detêm 69% dos cartões de crédito e consomem 76% de tudo o que é vendido nos supermercados. A maioria, 85%, prefere fazer compras no próprio bairro onde reside.
Importância financeira
Na visão do economista Nelson Barrizzelli, a importância financeira das classes C e D já está no radar dos empresários há algum tempo. "A importância dessas classes já é sentida no varejo no dia a dia; agora sabemos, em números, quanto potencial eles possuem", disse.
Na opinião do consultor, é possível dizer que à medida que a economia brasileira r se fortalecer essa classe terá mais segurança para comprar, o que atrai o varejo interno.
Para Barrizzelli, iniciativas como as do Carrefour são a resposta às classes emergentes. "As parcelas já chegam a 30 vezes no cartão, porque os bancos possuem mais confiança e liberam mais crédito. Essas ações são focadas nesse mercado", diz.
Veículo: DCI