Indústria quer compensação a câmbio

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Para evitar entrada excessiva de dólares de curto prazo, empresário pede período mínimo a capital estrangeiro

 

Mantega descarta novas medidas; enxurrada de dólar enfraquece moeda americana e deixa o real ainda mais valorizado

 

No dia da sua posse como novo presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade elogiou as medidas adotadas para conter a valorização excessiva do real, mas as considerou insuficientes.

 

Mesmo afirmando que o governo está no caminho certo, ele pediu uma atuação ainda mais incisiva e apresentou possibilidades de atuação do governo no câmbio. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a hipótese de novidades "neste momento".

 

Uma das propostas da indústria é a possibilidade de quarentena para a entrada de capital estrangeiro.

 

Isso significa instituir um período mínimo de permanência nos país do investidor que entrasse no mercado financeiro, com o intuito de evitar a enxurrada de recursos de curto prazo, majoritariamente especulativos.

 

Andrade também citou a adoção da cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras de estrangeiros no país. Ele defendeu ainda o direcionamento de parte do investimento estrangeiro direto para a produção voltada à exportação.
"Seria estimular que a entrada desse investimento não busque apenas o mercado interno, mas também as exportações, que ficariam mais competitivas", disse.

 

MEDIDAS EFICAZES

 

Contudo, Mantega descartou a hipótese de fazer novas mudanças no atual momento. "A gente vai continuar avaliando. Não vejo a necessidade de novas medidas nesse momento. Não é bom ficar mexendo toda hora no câmbio, então vamos deixar ele se acomodar", afirmou o ministro, sem rechaçar a hipótese de novidades no futuro caso o real volte a se valorizar em excesso.

 

"As medidas que temos tomado são eficazes e o real é uma das moedas que menos têm se valorizado ante o dólar. Portanto nossas medidas estão dando certo", disse Mantega.
No mês passado, houve o aumento para 6% da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente em investimentos estrangeiros em renda fixa e na margem de segurança no mercado futuro.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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