Marca será atingida na próxima segunda-feira e irá superar o valor registrado em todo o ano passado.
O Impostômetro, painel eletrônico que registra os tributos pagos no país nas três esferas de governo, vai atingir R$ 1,1 trilhão na próxima segunda-feira, montante recorde de arrecadação no país e que já é superior ao registrado em todo o ano passado (R$ 1,09 trilhão). Até o final de 2010, a projeção do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) é de que o recolhimento total somará R$ 1,27 trilhão, R$ 180 bilhões a mais que em 2009.
"A previsão será confirmada levando-se em consideração a característica da cobrança de tributos e o crescimento da economia nacional", afirmou o presidente do IBPT, João Eloi Olenike. O Impostômetro é uma ferramenta que contabiliza todos os impostos pagos pelos brasileiros criada pelo instituto em parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Conforme cálculos do IBPT, neste ano a arrecadação tributária tem registrado crescimento aproximado de 14% e, se excluída a inflação, a expansão é de algo em torno de 10%. Neste ano, a carga tributária média subiu 1 ponto percentual em relação a 2009 e, atualmente, está em torno de 36,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O presidente do IBPT destacou o peso da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que nesta segunda-feira vai somar cerca de R$ 230 bilhões, 21% do total do recolhimento nacional nas três esferas de governo. Em seguida, vem o Imposto de Renda (IR), que deve atingir pouco menos de R$ 212 bilhões na mesma data, 19,2% do montante global.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também tem relevância na arrecadação do país, podendo chegar a R$ 203 bilhões, ou 18,4% do recolhimento global nas três esferas nesta segunda-feira. Os programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), juntos, devem totalizar R$ 151 bilhões, 13,7% do total.
Olenike defendeu a reforma tributária e enfatizou, ainda, que a redução e isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros zero e para eletrodomésticos da linha branca, medida anticíclica adotada pelo governo federal para combater a crise e incentivar o consumo, "provou que é possível reduzir alíquotas de impostos sem perder arrecadação".
"O novo governo da presidente eleita Dilma Rousseff tem que priorizar a reforma tributária em favor da desoneração do parque produtivo nacional e da própria população em geral. No entanto, a dúvida é se haverá vontade política para isso, tendo em vista que com a arrecadação batendo recordes há mais dinheiro para gastar", alertou Olenike.
Em Minas Gerais, a arrecadação deve atingir, nesta segunda-feira, R$ 25,5 bilhões, o que equivale a pouco mais de 2,3% da arrecadação em todos os níveis de governo. O presidente do IBPT ressaltou que a tendência de crescimento da receita federal, estadual e municipal será acompanhada em Minas. Normalmente, o recolhimento estadual ocupa a terceira posição, ficando atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro, conforme lembrou Olenike.
Veículo: Diário do Comércio - MG