Alta das importações reflete queda na produção industrial

Leia em 2min 10s

A forte alta das importações e o tímido crescimento das exportações foram confirmados no Coeficiente de Exportação e Importação (CEI) divulgado ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O Coeficiente de importações (CI) variou dois pontos percentuais entre o segundo trimestre e o terceiro trimestre deste ano, ao passar de 20,7% para 22,7%. Enquanto isso as exportações por meio do Coeficiente de Exportações (CE) cresceram apenas 1,5 pp (de 17,7% para 19,2%).

 

De acordo com o diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca a diferença entre o CI e o CE no trimestre encerrado em setembro é de 3,5 pp e a tendência e de ampliação das diferenças.

 

"O valor do CI deste trimestre é o maior desde o início da série histórica em 2003 e a tendência é de piora, pois a projeção para daqui a seis meses é de que teremos um CI em 30%. Com relação ao CE a expectativa é de queda. Desta maneira a distância entre o CI e o CE deve ultrapassar os 10 pp. em dois trimestres", pontua Giannetti.

 

Segundo o estudo da Fiesp, o setor de alimentos e bebidas, que possui uma participação de 23% na pauta geral de exportações foi quem alavancou a alta desta leitura ao registrar crescimento de 2,5 pp. entre um trimestre e outro, seguido do setor de automóveis, que detém uma participação de 5% nas exportações e apresentou alta de 2,9 p.p.

 

"Alimentos e bebidas é o setor mais competitivo do País e a projeção é de que continue seguindo essa trajetória de alta."

 

Dentre os mesmos 33 setores analisados pela Fiesp, a alta no CI apresentou uma maior diversificação para o crescimento, contudo, o setor de máquinas e equipamentos liderou as compras internacionais ao crescer 11,6 pp. e atingir 51,4% no terceiro trimestre deste ano.

 

"Hoje é mais barato comprar fora e revender no País ou comprar peças e complementos e montar nas fábricas. No entanto, este processo impede a inovação, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na capacidade de evolução industrial brasileira", disse Giannetti. Segundo a pesquisa, todos os setores analisados apresentaram avanço no CI, com exceção da indústria extrativa.

 

A estimativa é de que, com tanta importação, a balança comercial de produtos industrializados (que exclui matérias-primas) deve terminar o ano negativa em mais de US$ 60 bilhões.

 

"Nós preventivamente já estamos vendo isso como um cenário possível no primeiro trimestre do ano que vem."

 

Veículo: DCI


Veja também

Camex é arma para comércio exterior, afirmam empresários

"O Brasil necessita de um órgão que organize o comércio exterior para que os problemas com tributos...

Veja mais
Pagamento de tributos em R$ 1,1 tri

Marca será atingida na próxima segunda-feira e irá superar o valor registrado em todo o ano passado...

Veja mais
Mantega fica para reduzir a dívida para 30% do PIB

Confirmado no Ministério da Fazenda, Guido Mantega terá sua atuação delimitada por dois prec...

Veja mais
UE pressiona por agricultura 'ecológica'

Produtores alegam ameaça econômica e reagem a plano para nova Política Agrícola Comum (PAC) ...

Veja mais
Empresários se mobilizam contra volta da CPMF

Entidades empresariais de São Paulo decidiram se mobilizar contra o retorno da cobrança da Contribui&ccedi...

Veja mais
Indicadores apontam alta inferior a 0,5% no PIB do 3º trimestre

Dois indicadores antecedentes da atividade brasileira confirmaram, ontem, a desaceleração do ritmo de cres...

Veja mais
FAO prevê alta de até 20% nos alimentos em 2011

Projeção da entidade é a mais severa desde a crise alimentar de 2007; inflação j&aacu...

Veja mais
Indústria quer compensação a câmbio

Para evitar entrada excessiva de dólares de curto prazo, empresário pede período mínimo a ca...

Veja mais
País deve se proteger contra a guerra fiscal

Opinião é de economistas que discutiram resultados da reunião do G-20   "A situaç&ati...

Veja mais