A primeira prévia do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de dezembro mostrou pequeno avanço, tendo passado de 0,79% em novembro para 0,83% este mês. O avanço da inflação varejista (de 0,39% para 0,69%) foi a principal contribuição para a taxa maior da primeira prévia do IGP-M. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele explicou que, no caso da inflação percebida junto ao consumidor, o destaque mais uma vez ficou por conta dos alimentos, cuja elevação de preços se intensificou (de 0,85% para 1,43%) no período.
Quadros comentou que o varejo ainda sente o efeito do repasse dos aumentos de preços das matérias-primas agropecuárias no atacado, ocorridos no penúltimo mês do ano.
Segundo Quadros, a alimentação foi responsável por cerca de 60% de todo o avanço.
Mas ele lembrou que, com os produtos agropecuários desacelerando para o produtor, a tendência é de que, mesmo levando ainda algum tempo, isso chegue ao consumidor.
No entanto, o especialista afirma que os números acenam para uma possível desaceleração do índice no próximo ano. "Embora o número ainda não tenha diminuído em relação à novembro, a composição do índice sugere a possibilidade de uma desaceleração do IGP", disse.
Fora da alimentação, um dos destaques de redução de ritmo foram os combustíveis. A gasolina passou de 1,35% para 0,55% e o álcool combustível, passou de 7,91% para 2,46%.
Nos indicadores que compõem o IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou aumento de 0,97%. No mesmo período do mês passado a havia sido de 1,02%. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou aceleração de 0,69%, bem acima dos 0,39% registrados no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de dezembro, taxa de 0,28%, acima de novembro, quando foi de 0,22%. O custo da mão de obra apresentou alta de 0,36%, ante os 0,39% anteriores.
No acumulado do ano, o IGP-M tem alta de 11,48%.
Veículo: DCI