Tudo indica que a negociação para a reformulação dos estoques para 2011 será por meio de reuniões acalouradas, ainda que as vendas de final de ano estejam aquecidas e os centros de compras mais lotados do que o varejo previa inicialmente. Para especialistas, o cenário ainda é de boas vendas e apesar de um início de ano de cautela por parte dos consumidores, devido ao acúmulo de dívidas para pagar, as redes do varejo e indústria seguem dialogando sobre parcelamentos. Enquanto o cenário se desenha, a Casas Bahia e o Ponto Frio, ambas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), adotam ações para firmar parcerias, tanto que as empresas acabam de realizar a premiação "Parceiros de Sucesso".
Com o tema "Coisas que se completam", a Casas Bahia e o Ponto Frio resolveram reconhecer os profissionais de mídia, fornecedores gráficos e veículos de comunicação, no que diz respeito a atendimento, relacionamento, agilidade e crescimento em audiência e circulação.
O evento, realizado recentemente na megaloja do Ponto Frio, na Marginal Tietê, na capital paulista, foi comandado pelo DJ Rafael Yapudjian e o saxofonista André Salazar, além de contar coma a apresentação de alguns humoristas .
Confiança
Apesar da força de vendas do segmento de 'eletromóveis' estar maior, há uma fatia da população menos otimista, e até mesmo mais cautelosa com os gastos de final de ano. É o que aponta um levantamento do comércio varejista. De acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para o cálculo do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de dezembro, as famílias com ganhos mensais de R$ 2.101 a R$ 4.800 demonstraram queda maior da confiança entre as quatro faixas de renda.
O estudo mostrou queda de 2,1% ante novembro. Segundo o economista da FGV, Aloísio Campelo, entre as famílias com ganhos mensais de R$ 2.101 a R$ 4 800, o ICC caiu 4,3% em dezembro ante novembro, ou o dobro da média negativa apurada pelo ICC para todas as faixas de renda.
O especialista classificou as famílias desta faixa de renda como exemplo da classe média brasileira. As outras três faixas de renda também apresentaram taxas negativas no ICC em dezembro ante novembro, mas menos intensas do que a detectada entre as famílias consideradas de classe média. Entre as famílias com ganhos mensais até R$ 2.100, o ICC caiu 1,1% no período; entre as famílias com renda mensal de R$ 4 801 a R$ 9.600, o ICC também mostrou queda de 1,1%.
Campelo não descartou novas quedas mensais futuras para o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), caso permaneça o cenário atual de expectativas de elevação de juros e avanço da inflação no varejo. "Se esta expectativa continuar; se a perspectiva de juros altos e inflação mais elevada permanecer nos próximos meses, parece razoável supor que a confiança do consumidor ou poderá se manter no mesmo patamar ou poderá cair. Mas isso é uma suposição", disse.
O professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) Ricardo Fontes Martins acredita que a falta de otimismo dessa faixa de renda, em dezembro, é apenas uma questão logística, um reflexo das mudanças que virão a partir do próximo ano. "Os números refletem um pequeno período, de fim de ano e entrada de um novo, quando as contas da classe C e B são somadas ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores [IPVA], seguro de carro e também ao IPTU", afirmou.
As negociações entre indústria e varejo, no entanto, é necessária, de acordo com o acadêmico. "O consumidor precisa de incentivo, sem a queda do IPI, o varejo precisará encontrar alternativas junto ao seu fabricante para segurar os preços e facilitar parcelas para atender essa demanda", disse.
Veículo: DCI