Apesar da paralisação total ou parcial das atividades de algumas indústrias no Japão devido ao terremoto da última semana, o mercado brasileiro não deve sofrer o impacto imediato da falta de abastecimento do país asiático.
Na Zona Franca de Manaus, responsável pela maior parte da importação de insumos eletroeletrônicos e de peças para motos japoneses, a produção ainda não foi afetada.
"Não há a hipótese de desabastecimento imediato. As empresas asseguraram que têm estoque para manter os níveis de produção. Se tivermos um boom de demanda interna, vamos ter que reavaliar", diz Ana Maria Souza, coordenadora-geral de estudos econômicos da Suframa (superintendência da zona franca).
Caso o abastecimento não seja normalizado, a indústria brasileira pode ser favorecida, ao menos em peças para motos. "O segmento tem nacionalização de 75%, a cadeia está preparada", diz Souza.
A situação é mais complicada em eletroeletrônicos, já que há uma demora para achar outros mercados de fornecimento, especialmente asiáticos.
No setor automotivo, Honda e Toyota dizem que a produção no país não foi afetada.
Mas a falta de energia e de informações impede estimativas exatas sobre a duração dos insumos. "Até o início de abril temos estoque, e ainda estamos recolhendo os relatórios do Japão", afirma o presidente da Panasonic no Brasil, Masanobu Matsuda.
A questão logística também preocupa. "Aeroportos têm dificuldades de combustível. Podem ocorrer atrasos", afirma Wilson Périco, presidente do Sinaees - AM (sindicato das indústrias de eletroeletrônicos).
Veículo: Folha de S.Paulo