O setor industrial operou em fevereiro com capacidade instalada abaixo do usual para o mês, configurando o terceiro mês consecutivo de desempenho inferior aos níveis tradicionais de utilização do parque fabril para o período.
O sinal de desaquecimento setorial consta da Sondagem Industrial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) entre 28 de fevereiro e 15 de março, a partir de consulta a 1.379 empresas.
Na pesquisa, os industriais informaram que o uso da capacidade instalada em fevereiro ficou em 47 pontos. A escala para os indicadores da Sondagem Industrial varia de zero a cem, sendo que pontuações menores que 50 pontos indicam desempenho inferior ao registrado para o mês em análise.
Para a CNI, a menor utilização do parque fabril sinaliza que as medidas adotadas pelo governo para frear o ritmo da demanda começaram a afetar a atividade industrial, o que tende a se intensificar. Em janeiro e fevereiro, o indicador de uso da capacidade teve pontuação de 45,2 e de 48,2 pontos, respectivamente.
Apesar do sinal de recuo na utilização do parque fabril, o indicador de produção subiu. Os industriais responderam que o nível da produção ficou em 51 pontos em fevereiro, maior que os 46 pontos verificados em janeiro e superior também aos 50,8 pontos do mês de fevereiro de 2010.
O nível de estoques recebeu pontuação de 50,4 pontos em fevereiro, ligeiramente abaixo de 50,9 pontos de janeiro último e superior aos 48,8 pontos de fevereiro do ano passado.
Apesar da menor utilização do parque fabril em fevereiro, o setor industrial manifesta otimismo em relação ao comportamento futuro da demanda e aos planos de compra de matérias-primas. Considerando avaliações para os próximos seis meses, a contar de março, as perspectivas dos empresários para a evolução futura da demanda recebeu pontuação de 62 pontos. Em fevereiro, essa pontuação havia sido de 61,3.
A expectativa de compra de matérias-primas passou de 58,8 pontos, em fevereiro, para 59,1 pontos em março, indicando otimismo no planejamento das aquisições de insumos.
Ao demonstrar confiança em relação ao comportamento futuro da demanda e de compra de matérias-primas, os industriais continuam a mostraram ceticismo em relação ao desenvolvimento das vendas para o exterior. Em uma escala de zero a cem, a pontuação das expectativas para exportação caiu de 51,6 pontos, em fevereiro, para 51 pontos em março.
Veículo: Valor Econômico