Para conter um possível endividamento das famílias brasileiras no comércio, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) vai orientar os comerciantes a serem mais criteriosos na hora de conceder crédito aos consumidores. O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, disse que vai enviar carta aos lojistas associados para que "apertem o parafuso do crédito" na hora de fechar negócios com os clientes.
Foi a primeira vez, na série histórica iniciada em 2006, que o gasto médio superou a renda, com um endividamento médio de 1%. Segundo o estudo, a renda mensal média nacional em 2010 foi de R$ 2.146, enquanto o gasto foi de R$ 2.171. A pesquisa mostra que, em relação ao ano de 2009, os gastos mensais apresentaram alta de 16%, enquanto a renda média subiu 13%.
"O comerciante tem de garantir a sua liquidez, ele não pode ter perda. E é bom que ele saiba que, num mercado que está aquecido, isso não significa cair em venda. Significa puxar as vendas para um patamar onde o seu risco de inadimplência não seja significativo", disse Pellizzaro Júnior.
Ele afirmou que a orientação da entidade aos comerciantes não será no sentido de negarem crédito aos consumidores, mas de exigirem, no momento do cadastro, mais informações sobre a renda e os gastos dos clientes, como pagamento de aluguel e valor da conta de luz.
A partir daí, disse, os lojistas vão poder ajudar as pessoas a encontrar um produto ou valor de parcela que caiba no bolso e reduzir as chances de calote.
Inadimplência
A CNDL, em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgou que a taxa de inadimplência do consumidor brasileiro registrou queda de 1,55% em abril na comparação com março. Na comparação com abril de 2010, porém, o índice apresentou alta de 3,5%.
De acordo com as entidades, a queda na comparação abril-março "reflete em parte o fim das obrigações em parcelamentos de compras de Natal e a quitação de tributos, além da necessidade do brasileiro em manter-se adimplente para poder presentear no Dia das Mães.
Em 2011, até o mês passado, a taxa de inadimplência já acumula alta de 2,24%. De acordo com o levantamento, o encarecimento do crédito em razão das medidas tomadas pelo Banco Central.
Veículo: DCI