Confiança do consumidor na economia volta a subir

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As faixas de renda mais altas puxaram a recuperação do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em junho, o ICC atingiu 118 pontos, crescimento de 2,3% frente aos 115,4 pontos de maio, com destaque para o Índice de Expectativas (IE), que subiu 3,2% no período, para 107,1 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA) cresceu 1%, saltando de 137,2 pontos para 138,6 pontos.

 

Na faixa de renda até R$ 2.100, o ICC subiu 2,5%, enquanto na faixa entre R$ 2.101 e R$ 4.800 houve queda de 3,9%. Nas duas outras faixas, aconteceram altas expressivas. Entre as famílias com renda mensal entre R$ 4.801 e R$ 9.600, o ICC subiu 5,2%. Na faixa mais alta, acima de R$ 9.600, houve avanço de 3,8% no índice no mês.

 

"As faixas de renda mais baixas são mais sensíveis ao salário mínimo e à inflação dos alimentos. As faixas de renda mais altas puxaram a queda do índice lá atrás e agora se recuperam mais rapidamente", afirmou Aloisio Campelo, economista do Ibre/FGV.

 

Entre as sete capitais pesquisadas, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília sustentaram o avanço do ICC em junho. Em São Paulo, que tem peso de cerca de 40%, o ICC subiu 3,5%, na primeira alta do ano, enquanto em Brasília o avanço foi de 3,4%. Campelo ressaltou que nessas duas cidades há uma proporção maior de consumidores nas faixas de renda mais alta. No Rio, o ICC subiu 1,7%.

 

Nas demais capitais o índice apresentou queda. Em Porto Alegre houve recuo de 1,1% no índice este mês, enquanto em Belo Horizonte o índice caiu 0,8%. Em Salvador o tombo foi de 4,4%, e em Recife, a queda foi de 3,8%.

 

Entre os cinco índices que compõem a pesquisa, a confiança na situação atual da economia local apresentou recuo de 1,1%, para 102,9 pontos dentro do ISA. Já a situação financeira da família apresentou o pico da série histórica iniciada em setembro de 2005, com 120,4 pontos, alta de 2,8% frente a maio. Dentro desse indicador, os consumidores da faixa de renda mais alta também apresentaram recorde, com 150,9 pontos.

 

Dentro do IE, as expectativas para a economia local subiram 6,3%, para 106,1 pontos, voltando para o patamar de abril (106,6 pontos), depois de um tombo para 99,8 pontos em maio. Já as expectativas para as finanças familiares subiram 1,9%, para 130,8 pontos, enquanto as expectativas de compras de bens duráveis caíram 0,4% frente a maio, atingindo 84,1 pontos.

 

"O consumidor está mais satisfeito com os rumos da inflação. A evolução se assemelha a um ajuste em relação à queda muito forte em maio, mas ainda é um pouco cedo para se falar em inversão de tendência de queda observada nos meses anteriores", afirmou Campelo.

 

Veículo: Valor Econômico


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