Dilma quer Mercosul importando menos

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O governo brasileiro tenta estender aos demais países do Mercosul - Argentina, Uruguai e Paraguai - o posicionamento mais rígido no comércio exterior para frear a enxurrada de produtos de países de fora da região a preços mais baixos do que os da produção nacional. Com este objetivo, a presidente Dilma Rousseff fez seu pronunciamento na Comissão de Comércio da 41ª Cúpula do Mercosul, que acontece em Assunção, no Paraguai.

 

A presidente propôs o aumento da proteção comercial, numa tentativa de conter a entrada de produtos baratos vindos de Europa, Ásia e Estados Unidos em uma região de rápida expansão.

 

Segundo Dilma, a proposta será discutida nas próximas semanas e permite que cada país eleve individualmente seus tributos de importação de bens não pertencentes à zona comercial.

 

"Nós, países do Mercosul, devemos estar atentos ao que se passa no mundo. Neste momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico", disse.

 

Anteriormente, ministros de Comércio e de Economia do bloco, reunidos desde a última terça-feira, já haviam expressado sua preocupação pela perda de competitividade da economia regional por uma apreciação de suas moedas que favorece as importações de produtos.

 

"Precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham reequilibrar a situação econômica do bloco em relação aos nossos parceiros comerciais fora do Mercosul", disse Dilma, ao pedir que a Comissão de Comércio do bloco aprove a proposta do Brasil até dezembro, quando chegará ao fim o semestre de presidência uruguaia no Mercosul.

 

Ao deixar o posto, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, deixou para o presidente do Uruguai, José Mujica, diversas pendências que vão merecer maior dedicação política e técnica. Uma delas é o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum, que deve entrar em vigor em janeiro de 2012.

 

Em seu discurso, Lugo pediu aos países do Mercosul uma contribuição cada vez mais forte, com a livre circulação de mercadorias e a integração energética.

 


Brasil quer barreira regional contra importações baratas

 


A presidente Dilma Rousseff propôs o aumento da proteção comercial contra a enxurrada de produtos importados nos países do Mercosul - Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai -, numa tentativa de conter a entrada de produtos baratos da Europa, Ásia e Estados Unidos em uma região de rápida expansão.

 

A proposta, levada pelo Brasil à Comissão de Comércio do bloco será discutida nas próximas semanas e permitirá que cada país eleve individualmente seus tributos de importação de bens não pertencentes à zona comercial, de acordo com uma autoridade do governo brasileiro.

 

"Nós, países do Mercosul, devemos estar bem atentos ao que se passa no mundo. Neste momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender-nos produtos que não encontram mercado no mundo rico", disse Dilma, em sua primeira participação numa Cúpula do Mercosul desde que tomou posse em janeiro, está é a 41ª reunião do bloco.

 

Ministros de Comércio e Economia do bloco, reunidos desde a última terça-feira, já haviam expressado sua preocupação pela perda de competitividade da economia regional por uma apreciação de suas moedas.

 

O Mercosul completa 20 anos com o temor de perder espaço para outras economias e ser invadido pelo escoamento da produção de países desenvolvidos que não têm para quem vender em meio à crise nas economias centrais.

 

"Precisamos avançar no desenvolvimento de mecanismos comunitários que venham reequilibrar a situação econômica do bloco em relação aos nossos parceiros comerciais fora do Mercosul" e pediu que a Comissão de Comércio do bloco aprove a proposta do Brasil até dezembro, quando chegará ao fim o semestre de presidência uruguaia no Mercosul.

 

Ao deixar o posto, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, deixou para o presidente do Uruguai, José Mujica, diversas pendências que vão merecer maior dedicação política e técnica. Uma delas é o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum, que deve entrar em vigor em janeiro de 2012.

 

Mas o maior desafio de Mujica será reaproximar os presidentes do Mercosul. Embora o médico do gabinete presidencial argentino tenha justificado que Cristina Kirchner não podia viajar por causa do golpe que levou na testa na semana passada, a ausência dela foi muito mal recebida pelos governos paraguaio e uruguaio. Lugo tinha expectativa de uma reunião com a colega para poder fechar o acordo de venda de energia elétrica para o Uruguai, que sofre de escassez energética em consequência do corte no fornecimento do gás argentino.

 

No discurso de abertura, Lugo manifestou que o cumprimento de ambos os reclamos garantirá a liberdade dos povos e pediu aos seus pares do bloco e países associados a contribuir para ter um Mercosul cada vez mais forte, com a livre circulação de mercadorias e a integração energética.

 

Enlace comercial

 

Dilma enalteceu o crescimento do Mercosul nos seus 20 anos de criação, passando de um comércio de US$ 5 bilhões, em 1991, para US$ 45,5 bilhões, em 2010.

 

"Temos de cuidar dos nossos mercados para que sirvam ao nosso crescimento, gerando emprego e renda para nossos povos. Precisamos avançar na agregação de valor de nossos produtos. Nos países do Mercosul devemos estar muito atentos ao que se passa no mundo. Nesse momento de excepcional crescimento da região, identificamos que alguns parceiros de fora buscam vender aqui produtos que não encontram mercado no mundo rico."

 

O presidente Mujica pediu que as companhias brasileiras, as maior fortes da região, cooperem para ajudar a desenvolver seus sócios. "O Brasil não tem culpa de ser tão grande nem nós temos culpa de sermos tão pequenos. Isso se arruma multiplicando os atores", disse Mujica.

 

De acordo com a presidente brasileira, as economias do Mercosul voltarão a crescer este ano acima da média mundial, com taxas que oscilarão entre 4%, no caso do Brasil, até 7% ou mais, no caso da Argentina - um nível mais moderado em comparação com o crescimento de 2010.

 

No encontro fechado entre os presidentes Dilma e Lugo foram discutidos temas para aumentar a integração de ambos os países, informou o assessor especial da presidência brasileira para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

 

"A presidente Dilma insistiu que um dos princípios fundamentais da política externa brasileira é que (.) não teremos um país rico ao lado de países pobres", afirmou Garcia. Os presidentes "discutiram projetos para o futuro", afirmou o porta-voz, como a instalação de uma linha ferroviária entre os dois países, além do crescente interesse de empresários brasileiros de se instalar no Paraguai.

 

O Paraguai, que cresceu 15% em 2010, busca atrair empresários garantindo o abastecimento de energia, graças a uma nova linha de transmissão que comunicará a represa binacional de Itaipu com Assunção a partir de dezembro de 2012.

 


Veículo: DCI


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