A produção industrial deve crescer 3% este ano, segundo a Federação e Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A entidade revisou para baixo sua estimativa anterior, de 3,5% em função da desaceleração registrada no primeiro semestre do ano. O aumento, porém, se dá em cima de uma base alta registrada em 2010. - O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, alerta, no entanto, para o fato de a média móvel dos últimos 12 meses ter caído de 0,4% para 0,2%. "Reduzimos a previsão do crescimento da produção industrial para este ano em função da deterioração das condicionantes domésticas e externas da produção, e a tendência é que o quadro de fraco desempenho da indústria se mantenha no segundo semestre de 2011", observa. Conforme dados da Fiesp em torno de 75% dos 76 subsetores da atividade industrial no País devem fechar o primeiro semestre de 2011 em desaceleração ou retração.
"Apesar da demanda interna aquecida no ano passado, a produção industrial diminui sua elevação a partir de julho de 2010", diz Francini.
A sexta queda seguida na confiança do empresário, que em junho registrou retração de 2,5% conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu seu menor patamar desde outubro de 2009, o que reforça a perspectiva de moderação da atividade industrial nos próximos seis meses. Segundo a Fiesp, há subsetores importantes na geração de empregos como partes da indústria têxtil, calçados, defensivos agrícolas e eletrodomésticos em retração.
O presidente Executivo da Duratex, Henri Penchas relata que a política do governo federal para conter a inflação em 2011, por um lado influencia de forma negativa a produção de painéis de madeira da empresa, pois o setor moveleiro, principal comprador está em desaceleração, por outro não deve afetar o setor de materiais para construção, representado na companhia pela marca Deca, que continua acelerado. "Estamos entregando agora materiais para obras que começaram há 18 meses atrás. O que nos deixa otimistas em relação ao segundo semestre", explica Henri Penchas.
O presidente da Mercedes-Benz, Jürgen Ziegler, acredita em um crescimento de 4,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A empresa encerrou o primeiro semestre com crescimento de 20% em relação a igual período do ano passado e acredita que possa dobrar o percentual no segundo semestre com a antecipação de pedidos.
Veículo: DCI