A comandante da nova Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, encontrará desafios importantes pela frente. Mas talvez o mais importante deles seja o de propor mecanismos que simplifiquem a imensa carga tributária que afeta pequenas e médias empresas, aliada à necessidade de combater a informalidade existente no setor.
Pesquisa divulgada em junho pela empresa de auditoria BDO RCS, com 150 companhias do País, mostrou que quase 70% das pequenas e médias empresas usam mais de 20% do faturamento para o pagamento de tributos. A nova secretaria - que tem status de ministério - já era um promessa de campanha da presidente Dilma. Na última sexta-feira, 12, a presidente pediu regime de urgência para a provação do projeto no Congresso que cria a nova Pasta. Luiza Trajano ocupará o 39º ministério do governo e será a 11ª mulher em cargo de comando. Em março, Dilma apresentou o projeto da nova pasta, mas não havia definido um nome. Em julho, Luiza aceitou o convite, mas pediu dois meses para acertar seu desligamento da empresa, onde, deverá permanecer como acionista.
Na opinião do coordenador de estudos e pesquisas do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar) e professor da FEA-USP, Nuno Fouto, a indicação da empresária Luiza Trajano obedeceu critérios estritamente técnicos e deve ser bem recebida pelo mercado. "A Luiza é uma pessoa que tem um histórico muito positivo de honestidade e de competência. Trata-se de um alguém que soube construir uma imagem de empresária bem sucedida e que sempre soube conduzir bem seus negócios. Além disso, ela tem excelente trânsito com o empresariado. Espero que seja bem assessorada e consiga fazer uma triagem técnica das principais demandas do setor".
A nova secretaria terá como missão coordenar fóruns regionais nas unidades da federação, em parceria com as entidades representativas das microempresas e empresas de pequeno porte , estando vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Econômico e Social. Em 2011, a previsão de gastos será de R$ 6,5 milhões em 2011. A partir do ano que vem, o valor subirá para R$ 7,9 milhões. Além de absorver parte da estrutura do Ministério do Desenvolvimento Econômico Social o projeto de lei prevê a criação de 70 cargos, com salários que vão de R$ 1,9 mil mensais a cerca de R$ 7,5 mil mensais.
Veículo: DCI