O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo puxou a alta de 1,4% no volume de vendas do varejo em julho ante junho, segundo a pesquisa. A atividade de hipermercados registrou expansão de 1,6% em julho na comparação com junho.
De acordo com o técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Nilo Lopes, a melhora nas vendas dos supermercados se deve ao comportamento menos agressivo dos preços dos alimentos. "Não resta dúvida", afirma. "A alta (nas vendas do varejo) se deve ao bom desempenho de supermercado. Como é um item muito pesado, contribuiu muito mais para a taxa do que (a atividade de) móveis e eletrodomésticos, que subiu 4,1%. Supermercado pesa três vezes mais", completa.
O técnico do IBGE ressalta que o setor de móveis e eletrodomésticos vem mantendo taxas de crescimento semelhantes às do ano passado. "A mudança de posição da classe menos favorecida para uma classe mais alta resultou nesse aumento. Isso vem com uma demanda reprimida", afirma.
Veículos - O fraco desempenho das vendas do setor de veículos e motos no país está relacionado com uma saturação da demanda, e não pelas dificuldades criadas pelas medidas do governo para a concessão de crédito, avalia Lopes. A atividade de veículos, motos, partes e peças teve expansão de 0,9% nas vendas em julho ante junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Na leitura anterior, na mesma base de comparação, o setor tinha registrado queda de 0,9%.
"Não é por causa do crédito. A gente acha que há uma saturação da demanda em função do crescimento muito forte dos anos anteriores. Chega a um ponto que não dá mais para crescer como vinha crescendo", diz Lopes. Na comparação com julho do ano passado, a variação na venda de veículos e motos foi positiva em 8,8% em julho deste ano. Em 2011, as vendas acumulam alta de 11,5%, e de 13,7% nos últimos 12 meses, até julho.
Já a atividade do material de construção registrou expansão de 0,6% nas vendas em julho ante junho. Em relação a julho de 2010, a alta foi de 7,5%. Em 2011, houve expansão nas vendas de 11,7%, e de 13,3% no acumulado dos últimos 12 meses. "O setor imobiliário continua muito forte. O financiamento continua crescendo. Então, o setor de material de construção com taxas positivas tem relação com o financiamento no setor imobiliário", explica Lopes. "Mas (a atividade de) material de construção também cresce em função do crédito e da renda", acrescenta.
Veículo: Diário do Comércio - MG