O ritmo do varejo continua acelerado

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As vendas no varejo cresceram 1,4% entre junho e julho e 7,1% entre os meses de julho de 2010 e de 2011, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve, pois, uma aceleração das vendas - não se evidenciando o cenário de moderação da atividade econômica alegada para justificar a redução dos juros básicos, de 12,5% ao ano para 12% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 31 de agosto. Os dados do comércio varejista confirmaram, assim, os indícios de que o Banco Central pode ter agido precipitadamente ao iniciar a derrubada da taxa Selic.

As vendas do varejo superaram as projeções da maioria das consultorias econômicas. E estas, agora, admitem que, mesmo havendo alguma desaceleração nos próximos meses, não haverá a mínima certeza de que isso bastará para conter as pressões da demanda e empurrar para baixo a inflação oficial.

Os resultados de julho do comércio varejista, no conceito restrito, foram melhores do que os de maio e de junho, por causa da força das vendas de móveis e eletrodomésticos, cujo volume cresceu 21,4% em relação a julho de 2010. São famílias que equipam suas casas - inclusive as recém-adquiridas - desfrutando dos preços convidativos dos importados. Por ordem de importância, seguiram-se as vendas dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+4,5%), sugerindo melhora do padrão alimentar.

O setor que se comportou com mais moderação foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, cujas vendas caíram 12,5% entre junho e julho, mas ainda assim cresceram 15,9% em relação a julho do ano passado.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção, cresceu 0,6% em julho, ante 0,3% em junho. O setor de veículos e motos, partes e peças se recuperou, com aumento das vendas de 0,9%, em relação à queda, em igual porcentual, em junho.

Continuam presentes os fatores de estímulo das vendas varejistas, como o baixo desemprego, o crescimento dos salários e o crédito. Antes da queda da Selic, já se notava uma pequena diminuição da taxa de juros cobrada das pessoas físicas, segundo dados da Anefac. É possível que os juros, ainda estratosféricos, caiam mais, provocando leve diminuição do valor das prestações dos bens comprados a prazo.

Um recuo mais forte das vendas parece improvável, a menos que os consumidores deixem de lado o otimismo ou que os preços em alta imponham limites ao poder aquisitivo.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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