Após registrar três saldos positivos seguidos, a intenção de consumo do brasileiro mostrou sinais negativos em setembro. É o que mostrou a Confederação Nacional do Comércio (CNC) em sua pesquisa Intenção de Consumo das Famílias, divulgada ontem. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,7% em setembro ante agosto. No mês passado, o indicador mostrou alta de 2,5% ante julho. Porém, na comparação com setembro de 2010, o indicador subiu 0,6%.
Em uma escala até 200 pontos, o indicador recuou de 136,9 pontos para 136 pontos de agosto para setembro. Para a CNC, o desempenho reflete "leve processo de acomodação da demanda doméstica" neste mês. Entre os indicadores que mais contribuíram para o recuo do ICF foram as taxas negativas apuradas nos sub-índices de perspectivas de compra a prazo (-2,7%) e de renda atual (-1,4%) em setembro contra agosto.
Entretanto, na análise da entidade, o aumento do ICF frente a igual período do ano anterior ainda é sustentado pelo bom desempenho do mercado de trabalho. Mas a CNC admitiu, em seu informe, que apesar da percepção ainda favorável em relação ao mercado de trabalho, as famílias mantêm menor disposição a acelerar seu ritmo de gastos em setembro. Mesmo com o menor ímpeto de consumo, a CNC mantém sua projeção de aumento de vendas no varejo de alta de 6,5% para este ano, contra o ano passado.
Emprego - Em outra divulgação do dia, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) informou que o número de pessoas empregadas no varejo da Região Metropolitana de São Paulo subiu 0,6% de junho para julho. O levantamento, obtido a partir de informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que, na Grande São Paulo, há 954,7 mil trabalhadores com carteira de trabalho assinada, 5,7% a mais que em julho do ano passado.
Apesar do saldo positivo, o número de contratações em julho ficou 4,4% abaixo do registrado em junho. O principal fator que influenciou a ligeira alta do índice foi a queda de 7,75% no número de demissões. Na comparação mês a mês, junho contou com 44,8 mil funcionários dispensados e julho, com 41,2 mil.
Segundo a Fecomércio-SP, os empresários estão cautelosos quanto ao rumo dos negócios para o segundo semestre de 2011 e, por isso, preferem manter o quadro atual de funcionários. Para a federação, a instabilidade econômica externa e interna, aliada ao encarecimento do crédito, à perda de confiança do consumidor em relação à aquisição de bens e ao grau de endividamento explicam a cautela dos empregadores.
Veículo: Diário do Comércio - MG