Pela primeira vez em nove anos, os gastos da classe C com serviços superou a compra de produtos. Em 2002, os números eram praticamente divididos ao meio. Entretanto, no cenário atual, o pagamento de serviços representa 65,2% da projeção de consumo de R$ 1,3 trilhão prevista para este ano.
Segundo o instituto Data Popular, de cada R$ 100 gastos, R$ 65,20 são com serviços e R$ 34,80 com produtos. A chamada nova classe média utiliza cada vez mais serviços que antes eram acessíveis apenas à população de alta renda como cabeleireiro, manicure, empregada doméstica, lavanderia, seguro de vida, plano de saúde, escola particular, de idiomas e viagens.
Isso significa que o perfil de consumo da classe C está se assemelhando mais ao da classe do topo da pirâmide. Somente as despesas com salão de beleza, seguro e lavanderia representam fatia de 22,6% desse estrato social. Na alta renda essa categoria responde por 34,7% dos gastos.
De acordo com o Data Popular, é a primeira vez que o gasto com serviços da classe C supera o desembolso com itens de consumo. Essa nova classe média representa 54% da população brasileira e tem renda familiar média de R$ 2.295.
COMPARAÇÃO - A classe C, cujo potencial de consumo estimado para este ano é de R$ 1,3 trilhão, gastará 2,7% desse montante com serviços de saúde. Na alta renda, onde a perspectiva de gastos soma R$ 929,4 bilhões, parcela dedicada aos remédios e convênio médico representa 3,7%.
Para a educação, a nova classe média reservará 1,6% do total dos gastos, enquanto as famílias de baixa renda vão separar apenas 0,6% do montante de R$ 366,9 bilhões disponíveis para consumo neste ano. Entre os integrantes da alta renda, esse percentual é de 2,9%.
As projeções foram feitas a partir do cruzamento de dados disponibilizados pela Pesquisa de Orçamento Familiar e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O estudo separa as despesas em bens e serviços, que inclui também energia elétrica.
Veículo: Diário do Grande ABC - SP