A desaceleração nos índices de preços ao consumidor em outubro deve ser captada também pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste mês, mas não altera as previsões dos economistas, que esperam resultados acima da meta em 2011.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dentro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) contabilizou alta de 0,08% na primeira prévia de outubro, reduzindo o ritmo de elevação em relação ao mesmo período de setembro, quando subiu 0,42%. No fechamento de setembro, o indicador havia avançado 0,59%. O grupo alimentação despontou como a maior contribuição para a desaceleração do índice, ao cair 0,55% no período.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou estável entre a última medição de setembro e a primeira de outubro, ao registrar alta de 0,50%. O item alimentação, entretanto, que vinha pressionando o indicador, perdeu fôlego, indo de 0,55% para 0,47%.
O movimento de acomodação dos alimentos fez o economista Fábio Ramos, da Quest Investimentos, revisar de 0,50% para 0,45% sua projeção para o IPCA de outubro. Ele ressalta, contudo, que a partir de novembro as taxas devem ficar entre 0,50% e 0,70% ao mês. "Essa trégua na inflação é apenas uma correção das altas expressivas que vinham sendo apresentadas nas medições anteriores", destaca.
O economista-chefe da Máxima Asset Management, Elson Teles, também espera inflação menos pressionada devido à desaceleração nos reajustes dos alimentos, mas pondera que o desempenho dos indicadores de preços está fortemente atrelado à trajetória das commodities e do câmbio. "Mesmo com a desaceleração do IPCA em relação ao patamar atual, o indicador vai continuar acima da meta de inflação. Não creio que teremos um índice abaixo de 5,5% em 2012", calcula. A meta fixada em 2011 e 2012 é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Teles estima alta de 0,45% para o indicador em outubro e projeta aumento de 6,7% para o IPCA neste ano. Ramos estima que o índice oficial de inflação deve encerrar 2011 com alta acumulada de 6,6%.
Veículo: Valor Econômico