País ainda precisa fazer muito para que esse setor diminua a taxa de mortalidade precoce.
O Dia da Micro e Pequena Empresa, setor que reúne 5,8 milhões de empresas e representa 99,1% do total de pessoas jurídicas registradas no Brasil, foi comemorado ontem. Mas há realmente o que comemorar. Para Paulo Roberto Feldmann, presidente do Conselho da Pequena Empresa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o país ainda precisa fazer muito para que esse setor diminua a taxa de mortalidade precoce, que hoje é de 75% nos primeiros cinco anos (a maior do mundo), segundo dados do Sebrae.
"A participação das micro e pequenas empresas (MES) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs) no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de apenas 20%, equiparado a países pobres da África", afirma Feldmann. "Estamos atrás até de países pobres da América Latina, que contam com uma correlação maior das pequenas empresas em seus respectivos PIBs".
Feldmann lembra que Itália e Alemanha, com 60% do PIB gerado por micro e pequenas empresas, são os melhores exemplos mundiais. E, assim, reforça a necessidade urgente de adoção de novas políticas públicas voltadas para o crescimento e competitividade da pequena empresa. "Na Fecomercio-SP, criamos uma plano diretor, com sete pilares, que podem colaborar para resolver essa situação. São eles: facilitar e estimular a associação de pequenas empresas entre si; criação de uma "Embrapa" para as micro e pequenas empresas; mudanças no ensino médio para o jovem aprender conhecimentos básicos de gestão; disponibilizar linhas de financiamento para projetos de longo prazo; segurança jurídica; e poder de compra do Estado apoiando as micro e pequenas empresas.
Para a Fecomercio-SP, por conta do ciclo de crescimento econômico do país, chegou o momento de fortalecimento da pequena empresa brasileira. Ajudá-la a ser inovadora, facilitar a realização de consórcios e disseminar informações importantes que melhorem sua gestão são elementos a constituir, dentro de um novo conjunto regulatório, as condições fundamentais para que superem sua crônica baixa produtividade. "Só com um segmento de pequenas e micro empresas produtivo e competitivo poderemos atingir o almejado desenvolvimento sustentado", ressalta.
Veículo: Diário do Comércio - MG