Índice de Preços ao Consumidor deve continuar em 0,50%

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A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) deve continuar elevada, na faixa de 0,50%, nos próximos meses, disse o coordenador do indicador e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. A taxa está acima do previsto, que era 0,45%. Se esse resultado se confirmar, ele estima que o IPC-S poderá encerrar o ano em 6,3% , perto do teto da meta de 6,5% estipulado para o índice oficial de inflação (IPCA) e superior a 6,1%.

"A aceleração do IPC-S não deve persistir, mas no acumulado do ano o indicador vai fechar num patamar elevado. Temos um cenário internacional incerto e qualquer nova informação que provoque um choque de oferta pode ter um impacto importante na inflação", afirmou Picchetti.

O IPC-S fechou setembro com alta de 0,50%, depois de registrar expansão de 0,40% até agosto.

Os custos do Grupo Alimentação, que vinham pressionando o IPC-S, diminuíram no fechamento do mês encerrado no dia 30 ante a medição anterior (de 0,90% para 0,55%) e podem ficar estáveis daqui para frente, já que não há nenhuma sinalização de choque de oferta, observou Picchetti. "A aceleração passada nos preços foi motivada especialmente pelo aumento registrado em alimentos in natura, que reproduziram o padrão de volatilidade verificado. Até agora, o cenário Frutas e Hortaliças e Legumes é de estabilidade, visto que não há nenhum fator climático que justifique grandes problemas com oferta", acrescentou. Este mês frutas avançaram 3,44%.

O professor também disse esperar que os preços do Setor de Vestuário diminuam nos próximos meses. No final de setembro, os custos arrefeceram de 1,25% na quadrissemana finalizada em 23 de setembro para 0,93% no encerramento do mês. "Continuam desacelerando e depois devem estabilizar no fim do ano, apesar das festas de fim de ano. Mas, isso, isso já está na conta", avaliou.

Do lado contrário, o economista acredita que o Grupo Habitação, de 0,52% para 0,65%, pode continuar a pressionar o IPC-S até o fim do ano. O Setor de Serviços também segue preocupando, pois em setembro avançou 0,73% ante 0,62% em agosto.


Veículo: DCI


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