Depois de o Google anunciar em outubro o lançamento no Brasil do Google Shopping, serviço de busca e comparação de preços, o site brasileiro Zoom é o mais novo concorrente disposto a brigar por uma fatia desse segmento no país. Atualmente, o também brasileiro BuscaPé concentra a maior parte das compras geradas por serviços desse porte no mercado nacional.
"Nós estimamos que o BuscaPé tenha entre 70% e 80% do mercado. O restante é bastante pulverizado e, por isso, acreditamos que há espaço para um segundo concorrente forte no país", diz Francisco Donato, executivo-chefe do Zoom. O BuscaPé foi procurado pelo Valor, mas sua assessoria disse que não encontrou porta-voz para comentar o assunto.
O Zoom é um projeto da Mosaico Negócios de Internet, holding controlada pela Globo Comunicação e Participações. O grupo tem como sócios José Guilherme Pierotti, Guilherme Pacheco e Roberto Malta, fundadores do BondFaro, site de comparação de preços do qual se desligaram após ser adquirido em 2006 pelo BuscaPé.
Antes de chegar oficialmente ao mercado neste mês, o Zoom passou por um período de desenvolvimento tecnológico e estruturação operacional de quase dois anos. Com passagens anteriores pela TIM, Shoptime e como diretor de comércio eletrônico do Magazine Luíza, Donato assumiu o comando do negócio em julho, com foco inicial no estabelecimento de parcerias comerciais com o varejo. A partir dessa estratégia, o portal entrou no ar com 29 categorias de produtos, além de acordos firmados com 150 grandes redes varejistas.
O próximo passo do projeto está em curso, diz Donato. A empresa está concentrando esforços na divulgação da marca. O investimento em marketing para esse ano é de R$ 10 milhões. Para 2012, a verba prevista de comunicação é de R$ 30 milhões.
Diante do domínio do BuscaPé e da perspectiva de concorrência com o Google Shopping, Donato explica que a aposta do Zoom para se diferenciar é a oferta de textos e vídeos produzidos pela própria equipe do site para apoiar a decisão de compra dos consumidores. Com esses conteúdos, a ideia é fazer com que os usuários tenham mais critérios e conhecimento para escolher quais produtos podem atender efetivamente suas necessidades. O processo de decisão de compra é muito mais abrangente do que apenas comparar preços, observa o executivo.
Com uma gama inicial de mais de 2 milhões de ofertas, a meta é fechar 2011 com 7 milhões de visitantes únicos. "Queremos dobrar esse índice até o fim de 2012. A alma do nosso negócio está no clique que geramos para o varejista", afirma Donato.
O Zoom será remunerado por cada clique que o internauta fizer em um site anunciado. O varejista pagará entre R$ 0,50 e R$ 1 por clique, de acordo com o produto e a categoria. As receitas originadas nas ações de publicidade veiculadas pelo portal, por sua vez, entrarão no radar em uma segunda fase. Atualmente com uma equipe de 60 pessoas, outra medida prevista é o aumento de 50% no número de funcionários nos próximos 12 meses.
Sobre a busca pela liderança no mercado de serviços de comparação de preços, Donato diz que esse será um objetivo em médio e longo prazo. "Queremos primeiro estabelecer o Zoom como um nome forte no segmento. Para isso, acredito que precisamos conquistar no mínimo 12% desse mercado no próximo ano", calcula ele.
Veículo: Valor Econômico