Índice de confiança tem pequena alta

Leia em 3min 20s

Resultado indica que setor segue em ritmo lento e com previsão ainda morna para o segundo trimestre.


O avanço de 0,3% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em abril, na comparação com março foi influenciado por uma alta de 0,2% do Índice da Situação Atual (ISA), que passou para 104 pontos, o maior nível desde julho de 2011 (107,4 pontos), segundo divulgou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). Também em abril, o Índice de Expectativas (IE) cresceu 0,2%, para 102,5 pontos, o nível mais elevado dos últimos nove meses.

De acordo com a FGV, esses resultados indicam que a indústria mantém-se em um ritmo lento e com perspectivas ainda mornas para o segundo trimestre de 2012. Para os próximos seis meses, o empresário apresenta maior otimismo nesta edição da sondagem.

Em relação aos estoques, a proporção de empresas que consideram o nível atual excessivo diminuiu de 5,3% em março para 5,2% em abril. Este é o menor nível desde maio de 2011 (4,7%). A parcela das empresas que avaliam o estoque como suficiente passou de 1,8% para 2,5%, o maior nível desde junho de 2011 (3,3%).

As perspectivas para a produção e o emprego nos três meses seguintes continuam pouco animadoras, segundo a sondagem da FGV. As expectativas dos empresários industriais tornam-se mais otimistas em relação ao ambiente dos negócios no horizonte de seis meses. De um total de 1.147 empresas consultadas em abril, 52,3% preveem melhora nos negócios entre abril e setembro, um avanço em relação aos 44% registrados em março. Já para 8,2%, haverá piora do ambiente, uma ligeira alta em relação aos 6% de março.

O comprometimento da renda disponível do consumidor com pagamento de impostos, mensalidades, material escolar e os resíduos de despesas com férias levaram a uma redução da demanda, o que afetou a confiança do empresário da indústria no mês de abril, segundo o coordenador de Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Aloisio Campelo, ao detalhar os dados da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação.

Segundo Campelo, o processo de ajuste de estoques está quase concluído, depois de ter atingido seu pior momento entre outubro e novembro de 2011, mas ainda existem alguns poucos setores com níveis excessivos.

 o caso do setor automotivo. Na categoria de caminhões e ônibus, em abril, 24,7% dos empresários disseram estar com estoques elevados, ante 2,1% em março, 7,1% em fevereiro e 10,1% em novembro do ano passado. " o pior nível de estoque excessivo para o setor desde junho de 2009, quando atingiu 25,2%", observou o economista.

No caso dos automóveis, 13,4% dos industriais responderam estar com estoques excessivos em abril, ante 7,7% em março. Já no ramo de peças e acessórios para veículos, o nível de estoques foi considerado excessivo por apenas 0,2% dos empresários em abril, ante 0,6% em março e 1,2% em abril de 2011. "No processo de recuperação da confiança da indústria, as variáveis chaves são estoques e demanda. A nossa percepção é a de que o ajuste dos estoques já teria ocorrido, mas de forma heterogênea", ponderou Campelo.


Futuro - Apesar de no curto prazo a confiança da indústria estar crescendo a um ritmo lento, no horizonte de seis meses as expectativas apontam para um cenário melhor para o setor, afirmou o coordenador da sondagem da FGV, Aloísio Campelo.

De acordo com Campelo, a melhora na expectativa dos empresários em relação à situação dos negócios para daqui a seis meses está sendo influenciada pelas medidas de estímulo à indústria adotadas pelo governo, redução da taxa básica de juros e dos juros bancários, além de expansão do crédito. "No curto prazo, a confiança é menor porque o empresário sabe que muitas destas medidas só devem dar resultado daqui a três meses."

Com relação ao crédito, a pesquisa perguntou aos 1.147 empresários que participaram do levantamento qual era o grau de dificuldade para acessar crédito. Em abril, 11% disseram estar mais difícil obter crédito, porcentual inferior aos 17% de março. (AE)


Veículo: Diário do Comércio - MG


Veja também

Copom indica que ajustes da Selic estão chegando ao fim

O Banco Central divulgou ontem a ata da reunião do Copom de 17 e 18 de abril, quando o colegiado decidiu reduzir ...

Veja mais
Inflação confunde e analistas sobem e reduzem previsão de IPCA

A surpresa com alguns dados antecedentes da inflação de abril provocou uma onda de revisões em esti...

Veja mais
Alimentação pesou no índice que mede serviços

O Índice Geral de Serviços (IGS) registrou alta de 0,16% na cidade de São Paulo na terceira quadris...

Veja mais
Consumidor quita dívidas

Elevação da renda e do emprego contribui para a redução da inadimplência. Tanto o n&u...

Veja mais
Cada brasileiro tem 27 moedas guardadas ou esquecidas

De acordo com a pesquisa realizada pelo Banco Central, o dinheiro parado soma R$ 508,3 milhõesÉ prov&aacut...

Veja mais
Caixa prepara nova redução de taxas

Banco vai cortar taxas de administração e reduzir valor mínimo de aplicação em fundos...

Veja mais
Folga na inflação muda o patamar do câmbio

A folga na inflação do primeiro trimestre deste ano, que alcançou 1,22%, marca 0,28 ponto percentua...

Veja mais
Comércio prevê vendas maiores e ganhos de produtividade em 2012

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta ganhos de produtividade para 2012. A entidade pre...

Veja mais
Exportador teme oscilações e não se entusiasma com dólar a R$ 1,80

As recentes atuações do Banco Central para segurar o dólar a pelo menos R$ 1,80, patamar que tem si...

Veja mais