Comerciantes contabilizam prejuízos

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Região central, que conta com 10 mil estabelecimentos, é a mais prejudicada, segundo a CDL-BH. 

 

 

Obras na avenida Santos Dumont e greve de metroviários prejudicam as vendas das lojas

A greve dos metroviários entrou hoje em seu décimo primeiro dia. O impasse envolvendo o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) prejudica as vendas do comércio na região central da capital mineira, que conta com cerca de 10 mil estabelecimentos. Dado divulgado ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) revelou que na primeira semana de paralisação os prejuízos contabilizados são da ordem de R$ 12 milhões.

 

O vice-presidente de Relações Institucionais da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, defende que todas as esferas de governo devem se mobilizar para pôr um fim à greve e, com isso, evitar perdas ainda maiores. "A impressão que se passa para a população é que há um descaso e um desinteresse por parte dos envolvidos para por fim ao movimento", critica.

 

O empresário ainda reforça a importância do comércio para a economia da cidade. Atualmente, de acordo com Silva, a atividade corresponde a 85% do Produto Interno Bruto (PIB) da Capital. A operação reduzida do metrô prejudica, atualmente, a mobilidade de aproximadamente 215 mil pessoas.

 

Decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) assegura, desde o dia 14, o funcionamento normal das estações e a circulação de todos os trens nos horários de pico. Mesmo assim, Silva frisa que o trânsito, ainda mais caótico, propicia uma indisposição ao consumo.

 

Já os funcionários das lojas, principalmente aqueles que moram em áreas afastadas, mas contempladas pela linha de metrô, encontram dificuldades para chegar ao local de trabalho, o que acarreta em atrasos, entre outros transtornos, e impede a realização de boas vendas.

 

O comércio de rua de Belo Horizonte é formado, em sua maioria, por micro e pequenas empresas. Portanto, investimentos em marketing e outras ações promocionais seriam, no momento, inviáveis. Conforme o vice-presidente, a solução mais plausível para evitar demissões ou, em casos mais extremos, até o fechamento das portas, é que o metrô retome o ritmo normal o quanto antes. "Sem ele, o mês de maio deve, certamente, fechar no vermelho. Ações de divulgação custam caro e, no momento, nenhum retorno é garantido", comenta.

 

 

Mínimas - Já o presidente da Associação dos Lojistas do Hipercentro, Pedro Bacha, não compartilha da mesma opinião do representante da CDL-BH. Para ele, as perdas geradas pela paralisação dos metroviários são mínimas, tendo em vista os prejuízos causados pelas greves de ônibus, principal meio de transporte coletivo da Capital.

 

Na última paralisação de coletivos, no início de março, o recuo registrado nas vendas variou de 15% a 20%. O número de funcionários, que na época não compareceu ao trabalho, variou em igual proporção. Ainda segundo Bacha, que também é empresário e proprietário de 26 estabelecimentos na região, as perdas, por serem pequenas, serão facilmente recuperadas, logo que o metrô voltar a funcionar como antes.

 

"Agora, o comércio pode até estar vendendo um pouco menos. Mas quem passa pelo centro vê os estabelecimentos abertos e está realmente precisando de alguma coisa, a meu ver, não vai deixar de comprar. Até mesmo porque o metrô de Belo Horizonte, até o momento, conta com apenas uma linha, que por enquanto não atinge a maior parte dos moradores", argumenta.

 

 

Santos Dumont - Enquanto isso, comerciantes da avenida Santos Dumont sofrem com problema mais grave.  que desde terça-feira da semana passada, a avenida está fechada para o tráfego de veículos, entre as ruas da Bahia e São Paulo, devido ao início das obras do BRT. Muitos comerciantes reclamam que o fluxo de pedestres na via, que costumava ser uma das mais movimentadas da cidade, caiu em 90%, o que afetou, em muito, as vendas.

 

 

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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