O mercado já vive um momento de maior atenção em relação à inflação, principalmente por conta do aumento dos preços verificados no atacado, em ritmo muito superior ao apurado em julho em comparação aos meses anteriores. O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) registrou alta de 1,34% em julho, ante variação de 0,66% no mês de junho. Apesar do aumento da pressão do indicador, especialistas consultados pelo DCI não acreditam que a apreciação da taxa deva ser repassada completamente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros que divulgou o dado ontem, os principais responsáveis pelo aumento foram commodities e combustível. Segundo ele, a apreciação tem caráter pontual e o IGP-M deve desacelerar gradativamente. O acumulado do ano chegou a 4,57%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou taxa de variação de 1,81%. No mês anterior, o índice chegou a 0,74%. Na opinião de Thiago Curado, analista da Tendências Consultoria "as variações para o preço ao consumidor são menos expressivas do que o preço no atacado. Além disso, os itens que estão puxando o Índice Geral de Preços, que são a soja e o milho, têm efeito secundário ao consumidor no encarecimento de toda a cadeia alimentícia", disse.
A soja passou de 4,30% registrado em junho para 14,89% neste mês, maior variação mensal registrada desde 2002, segundo a FGV. O milho em grão, que havia alcançado baixa de 3,95% no último mês, chegou à alta de 6,74% neste índice, "Se considerarmos que o IPA representa 60% do IGP-M, a soja respondeu por quase um terço do aumento de julho", disse Quadros.
Veículo: DCI