Gaúchos estão mais receosos em consumir

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O levantamento da Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS), feito pela Fecomércio, mostrou que, em julho, os consumidores ficaram mais receosos. O índice, que varia de zero a 200 pontos, alcançou 126,3 pontos, 5% menos do que no mês anterior e 4% abaixo do nível alcançado em julho do ano passado. O resultado, para o presidente da entidade, Zildo De Marchi, é reflexo direto das revisões para baixo na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que era estimado em 5% e que, de acordo com o Banco Central, deve ficar em 2,5%.

“No Rio Grande do Sul, também convivemos com o impacto da estiagem, que provocou uma queda violenta na safra de grãos, gerando falta de recursos que seriam necessários para manter o nível econômico esperado no início do ano. Esse é o quadro”, explicou.

O ICF-RS é composto por sete indicadores relacionados ao mercado de trabalho, consumo e a expectativas. As maiores quedas foram registradas nas questões relativas à perspectiva profissional (queda de 12,5%), ao nível de consumo atual (retração de 17,7%) e à perspectiva de consumo (-11,9%). A metodologia da pesquisa divide os resultados em pessimistas (entre zero e 100 pontos) e em otimistas (de 100 a 200 pontos). Isso destaca a mudança de percepção no quesito nível de consumo atual, que passou de 113,5 pontos para 93,4 pontos.

“Os estímulos do governo para reaquecer o consumo não refletem na economia. Não geraram a confiança de que são suficientes para resolver o problema. Acredito que teremos Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal com um funcionamento normal tanto do comércio quanto dos serviços, mas sem os índices de crescimento que se esperavam. Ainda assim, acredito que a variação para o comércio será positiva. Espero um índice de crescimento entre 5% e 6%, enquanto o PIB nacional deve fechar o ano em 2,5%, e olhe lá. Se for 3%, será muito bom, mas não sei se atingiremos”, avaliou o presidente da Fecomércio.

De Marchi apontou, ainda, que o nível de endividamento das famílias está próximo ao que ele considera um “nível de equilíbrio”, o que se reflete, na pesquisa, na retração de 0,9% no indicador referente às compras a prazo (acesso ao crédito). Ainda assim, a comparação interanual do indicador, que ficou em 134,1 pontos, mostra um incremento de 3,8%. A melhora é atribuída à redução da taxa básica de juros e a do spread bancário, que diminuíram as taxas de juros aos tomadores finais.

 

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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