A alta do Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em agosto foi motivada pela melhora da percepção dos empresários em relação ao momento presente. O Índice da Situação Atual (ISA), que compõe o ICI, passou de 102,6 pontos em julho para 105,1 pontos na leitura divulgada ontem, o que representa uma elevação de 2,4%. O ISA atingiu em agosto o maior nível desde julho de 2011, quando marcou 107,4 pontos. Todos os números foram ajustados sazonalmente.
Segundo a FGV, o quesito com maior influência na evolução do ISA foi o que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios - subiu 5,2% sobre o mês anterior e atingiu os 112,2 pontos. Segundo a FGV, os resultados da Sondagem da Indústria de Transformação de agosto sinalizam que a indústria recupera lentamente o ritmo de atividade no terceiro trimestre, mas apresenta expectativas "cautelosas" para os próximos meses.
De acordo com o coordenador da área de Sondagens Conjunturais FGV, Aloísio Campelo, o crescimento verificado no mês está concentrado no segmento de materiais de transporte, onde está inserida a indústria automotiva. "O resultado ainda não é um sinalizador de forte recuperação da indústria de transformação. Precisamos acompanhar os resultados dos próximos meses", disse Campelo.
Quatro segmentos apresentaram alta no Indicador de Confiança da Indústria (ICI). O segmento de material de transporte subiu 11,8%, por causa do aumento das vendas de veículos gerado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Os segmentos de metalurgia (+2,8%), material elétrico e de comunicação (+0,7%) e produção de materiais plásticos (+2,3%) foram os outros setores que tiveram evolução do ICI.
A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação mostra ainda que a caiu a diferença entre a parcela de empresas que se acham superestocadas. O indicador de nível de estoques recuou de 104,4 pontos em julho para 103,9 pontos em agosto. De acordo com Campelo, apenas os segmentos têxtil e de vestuário e calçados se encontram superestocados. No caso da indústria têxtil, 16,5% das empresas se encontram com níveis de estoque acima do desejável. Entre as empresas de vestuário e calçados, 10,3% se veem na mesma situação.
Veículo: DCI