Segundo Datafolha, 41% devem dar menos presentes a parentes e amigos neste ano.Conforme pesquisa, 27% dos que recebem 13º salário afirmam que usarão a 1ª parcela para pagar dívidas; apenas 16% devem poupar
Apesar de manter o otimismo em relação à economia, boa parte dos brasileiros afirma que vai comprar menos presentes de Natal para amigos e parentes neste ano.
Na pesquisa do Datafolha, 53% dos entrevistados afirmam que costumam comprar presentes. A taxa chega a 70% entre os que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos e a 69% entre as pessoas com curso superior.
Dos que costumam dar presentes, 41% dizem que vão comprar menos neste ano do que no ano passado. Outros 39% devem continuar gastando o mesmo com presentes e só 16% vão comprar mais.
Entre os brasileiros com curso superior, 47% dizem que vão presentear menos. Já entre os que têm renda familiar de até dois salários, 46% afirmam que vão comprar menos presentes -cinco pontos acima da média.
Metade dos entrevistados que trabalham ou são aposentados ou pensionistas no país afirma que recebe o 13º salário. Os brasileiros com maior renda e escolaridade são os que mais recebem o abono de Natal -65% dos brasileiros com curso superior, 62% com renda entre cinco e dez salários mínimos, 58% entre dois e cinco salários, 55% com renda acima de dez salários e 55% com renda de até dois salários mínimos.
Entre os que recebem o 13º salário, 27% afirmaram que devem utilizar a primeira parcela para o pagamento de dívidas. Na pesquisa, 14% disseram que devem gastar com artigos de primeira necessidade (como alimentos) e 8% vão comprar algo que querem muito, mas que não é tão necessário agora; 3% afirmam que vão fazer algum tipo de reforma. Só 16% dizem que devem poupar.
Nos últimos dois meses, 49% dos entrevistados afirmaram que mantiveram o mesmo padrão de consumo de eletrodomésticos, enquanto 27% disseram que consumiram menos. No caso de eletroeletrônicos, 46% afirmaram que não mudaram seu padrão de consumo.
Metade (51%) disse que está consumindo alimentos tanto quanto antes da crise -33% afirmam consumir mais alimentos agora e 15% diminuíram. O mesmo acontece com a compra de roupas e calçados: 49% afirmam estar comprando nos mesmos níveis. Já 60% dos entrevistados disseram que não mudaram seus hábitos com relação a produtos de higiene pessoal e limpeza.
Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a pesquisa mostra que o consumidor manteve o mesmo padrão de consumo e que continua com a percepção do comportamento de preços semelhante àquela que tinha até meados do ano, quando o cenário era outro.
"O brasileiro está ignorando a crise", disse Paulino.
Na pesquisa, 48% dos brasileiros ainda acham que a inflação deve aumentar nos próximos meses, mesmo com a possibilidade de retração na economia. O percentual é exatamente o mesmo dos que em março diziam que os preços iriam subir. Por outro lado, o percentual dos que acreditam que a inflação vai diminuir subiu de 9% para 15% de março para o final de novembro. Já os que vêem estabilidade nos preços recuaram de 36% para 31%.
Veículo: Folha de S.Paulo