PIB per capita cresce mais de 50% em quatro regiões metropolitanas do País

Leia em 2min 50s

Estudo mostra que Vitória, Recife, Curitiba e Baixada Santista tiveram maior crescimento que outras regiões brasileiras entre 1990 e 2012


O Brasil abriga 13 das 300 principais regiões metropolitanas do mundo, segundo um levantamento realizado pela Brookings Institution, uma entidade sem fins lucrativos com sede em Washington cuja missão é a realização de pesquisas independentes.

O trabalho, elaborado em conjunto com o banco americano JP Morgan Chase, foi produzido para ajudar investidores a tomar suas decisões quando desejam abrir ou ampliar negócios no País. No fim de novembro, foi apresentado durante um evento em São Paulo.

Um dos pontos mais relevantes é o que comprova a descentralização da economia brasileira nos últimos anos. "O Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu pelo menos 33% em todas as 13 regiões metropolitanas, mas em quatro (Grande Vitória, Recife, Curitiba e Baixada Santista) a expansão superou os 50%", afirmou o pesquisador sênior da Brookings, Jill Wilson, lembrando que os dados comparam a situação do Brasil em 1990 e 2012.

O especialista também observa que, apesar das mudanças dos últimos anos, a economia brasileira ainda é altamente concentrada no litoral. "Apenas duas regiões (Manaus e Brasília) não estão na costa", disse.

Na avaliação de Wilson, o Brasil já pode ser considerado uma potência econômica global. "Ao longo das últimas três décadas, uma série de líderes políticos adotou medidas para estabilizar o País e fundar as bases para uma economia nova e dinâmica", comentou.

Apesar da melhora, o pesquisador nota que o País precisa avançar mais, sobretudo em termos de PIB per capita. "A maioria das regiões metropolitanas brasileiras tem uma renda per capita inferior à das regiões metropolitanas de países desenvolvidos, com exceção de Brasília", disse.

O especialista observa que os dados comparativos devem ser analisados com cuidado. "O PIB per capita da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, é próximo ao de Portugal e supera o da região metropolitana do Porto. No entanto, equivale a apenas três quartos do PIB per capita de Lisboa", afirmou.

Entre outros vários destaques do levantamento, Wilson chama a atenção para dois. O primeiro deles é que a pesquisa confirma a perda de espaço da indústria de manufatura na economia nacional. "A participação desse segmento no PIB do País caiu de 20% em 1990 para 16% em 2012", afirmou. Nesse mesmo período, observou, aumentou a fatia de segmentos como agricultura, mineração, hotéis, serviços financeiros e serviços de informação.

Pré-sal e o futuro. Outro ponto interessante, de acordo com o pesquisador, diz respeito aos movimentos migratórios e imigratórios. Na Baixada Santista, por exemplo, a fatia da População Economicamente Ativa (PEA) que nasceu fora do Estado de São Paulo passou de 14% em 1990 para 25% em 2012. A região é uma das mais promissoras do ponto de vista econômico em razão das descobertas do pré-sal.

Na contramão, a região metropolitana de Belo Horizonte viu encolher, no mesmo período, a participação dos não nascidos em Minas Gerais na PEA: de 14% para 5,8%.

Em termos de imigração, Wilson observa que a Grande Vitória registrou a maior taxa no censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 5,7 em cada 1.000 habitantes deixaram a localidade. Ele lembra, ainda, que 30% desses imigrantes foram para Portugal, outros 30% para os Estados Unidos e 13% se mudaram para a Itália.


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

BC intervém e dólar cai para R$2,055, o menor nível em um mês e meio

Após três leilões promovidos pelo Banco Central, moeda dos EUA desvaloriza 1,06%, a maior queda di&a...

Veja mais
Brasil bate recorde em medidas de defesa comercial

Os processos contra importações desleais serão facilitados no começo de 2013, e os prazos, r...

Veja mais
Chineses invadem BH e impulsionam negócios

Número de trabalhadores do país asiático avançou mais de 80% este ano em Minas na compara&cc...

Veja mais
Salário mínimo sobe 9% e passa a R$ 678 a partir de 1º de janeiro

Anúncio foi feito ontem pela ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), após reunião com DilmaReajuste ...

Veja mais
BC prevê recuo de preços e volta a indicar juro estável

As projeções do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado ontem pelo Banco Central ...

Veja mais
Índice de Confiança do Consumidor cai pelo terceiro mês consecutivo

O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu pelo te...

Veja mais
O varejo faz as contas

O governo surpreendeu os empresários na última quarta-feira ao incluir o comércio varejista no paco...

Veja mais
BC reduz previsão de alta do PIB para 1%

Previsão de alta de 1,6% foi reduzida, segundo o BC, por causa da crise globalA crise financeira internacional pr...

Veja mais
Governo anuncia novas desonerações e prorroga mais uma vez redução do IPI

Medidas, que somam R$ 4,5 bilhões, foram anunciadas horas depois de Dilma afirmar que em 2013 cortar impostos ser...

Veja mais