Alimentação deve manter pressão

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Apesar da desaceleração nos preços dos alimentos da terceira para a quarta quadrissemana de dezembro (de 1,31% para 1,26%) e da expectativa de novo arrefecimento em janeiro, a inflação do grupo ainda vai continuar elevada este mês no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). A avaliação foi feita ontem pelo economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo o economista, passada essa "turbulência climática", de fortes chuvas, a expectativa é de que os preços de itens alimentícios como hortaliças, legumes e frutas diminuam próximo a abril. "O grupo alimentação não deve mostrar grande pressão daqui para a frente. A tendência é de desaceleração, mas isso não vai acontecer da noite para o dia. O grupo continua respondendo por parte importante da taxa final do IPC-S", afirmou.

Braz lembra que por várias quadrissemanas de 2012 a inflação de alimentos respondeu por algo em torno de 50% do resultado do índice cheio. "Mesmo desacelerando na última de dezembro, continuou com participação de mais de 50%", reforçou.

Na última leitura de dezembro, o arrefecimento na taxa do grupo alimentação foi influenciado pela desaceleração de itens importantes, disse o economista. Segundo ele, os preços da alimentação fora de casa ficaram em 0,79%, ante 0,99% na terceira quadrissemana do mês. Já as carnes bovinas subiram 1,06% na quarta medição de dezembro, de 1,07% anteriormente.

"Existem várias pressões de itens importantes que fazem parte do IPC-S, mas há também a expectativa de que o ano será melhor para a agricultura, com pouco menos de choque, ao contrário do que foi 2012. Nesse sentido, pode-se perfeitamente compensar parte dessa alta de itens importantes com uma alimentação mais barata. Sem contar a expectativa de que a energia ficará mais barata", avaliou, referindo-se, por exemplo, ao fim de alguns incentivos fiscais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos e eletrodomésticos da linha branca.

Já o grupo educação, leitura e recreação que também teve uma taxa menor (0,64%) no fim de dezembro, após uma alta de 0,92% na terceira apuração de dezembro, puxada pelo aumento na demanda por pacotes de viagem, deverá avançar mais, estimou Braz. Em sua avaliação, os reajustes nos preços das mensalidades escolares, que, conforme ele, estão oscilando entre 7,00% e 10,00%, vão pressionar essa classe de despesa em janeiro. "O grupo vai se destacar e acelerar pelo menos até o final de janeiro", afirmou. (AE)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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