Invasão de importados e dificuldade para ganhar mercado lá fora fizeram faturamento, ritmo das fábricas e emprego caírem
A indústria mineira não teve um 2012 bom. O faturamento do setor, que havia alcançado alta de 3,02% em 2011, caiu 1,38% no ano passado. O chamado nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) também recuou, na mesma base de comparação, de 85,5% para 85,01%. Já o indicador de emprego ficou negativo em 0,17%. Por outro lado, a massa salarial real subiu 1,38%. O exercício só não foi totalmente perdido, do ponto de vista dos empresários, porque a produção no estado fechou no azul, com alta de 1,4%.
Os dados fazem parte da pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O presidente do Conselho de Política Econômica da entidade, Lincoln Fernandes, atribuiu os pífios resultados, sobretudo, à invasão de importados no mercado doméstico e à dificuldade de produtos regionais ganharem maior mercado no exterior, devido à crise internacional.
O setor que registrou a maior queda no faturamento foi o de produtos de metal, com retração de 28,77% no ano passado. “É reflexo da concorrência, principalmente da chinesa”, disse o economista. Dos 14 setores analisados pela pesquisa, sete obtiveram queda no faturamento (veja acima).
Das indústrias que apuraram alta no indicador, o destaque foi a de máquinas e equipamentos, com avanço de 5,76%. O faturamento da indústria de veículos automotores, beneficiada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), avançou 2,6%. Também tiveram alta no indicador: metalurgia básica (2,31%), celulose, papel e produtos de papel (3,06%), artigos de vestuário e acessórios (3,05%), produtos de minerais não metálicos (0,34%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (1,13%).
Considerando apenas o confronto entre dezembro e novembro do ano passado, a queda no faturamento foi de 8,9%. Na comparação com o último mês de 2011, o recuo foi de 4,45%. Já o emprego, entre novembro e dezembro, caiu 0,49%. A queda de 0,17%, no acumulado do ano foi puxada, principalmente, pela indústria de produtos de metal, cujo percentual ficou negativo em 26,95%. Ainda assim, como uma das causas do aumento da produção (1,4% no acumulado do ano), houve crescimento no total de horas trabalhadas entre 2012 e 2011, de 2,88%.
Otimismo
EM 2013 Apesar dos dados negativos, a Fiemg está otimista em relação aos resultados a serem registrados no acumulado desse ano. A expectativa é de que o faturamento cresça 4,7% e a produção 4%. O presidente do Conselho de Política Econômica da entidade acredita que uma das molas da indústria será a redução nas tarifas de energia elétrica, anunciada pela presidente Dilma Rousseff no início de 2013. “As políticas governamentais adotadas em meados de 2012 para incentivar o consumo interno, como a redução nas tarifas de energia elétrica, terão impactos maiores para a indústria em 2013”, reforçou Lincoln. Outras políticas de estímulo ao consumo, como a redução de tributos e a queda nos juros de crédito, também são apostas dos setores produtivos.
Veículo: Estado de Minas