O comércio varejista da região metropolitana de São Paulo apresentou em outubro queda no faturamento real de 6,8% em relação a igual mês do ano anterior, segundo Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
A redução das vendas acontece após 30 meses consecutivos de alta. Nos dez primeiros meses do ano, as vendas acumuladas apresentaram evolução de 4%. Mesmo com os efeitos da crise financeira global afetando o varejo, a partir do último trimestre, a entidade estima que as vendas cresçam 3% neste ano sobre 2007.
A Fecomercio-SP destacou que a retração em outubro foi impulsionada pelo segmento de concessionárias de veículos, principalmente de carros usados de baixo valor, que teve as vendas retraídas pela interrupção na concessão de crédito.
Para a entidade, a expectativa é de que as quedas continuem em segmentos isolados, principalmente no das concessionárias. Por outro lado, a federação avalia que os segmentos de vestuário, tecidos e calçados poderão exercer influência positiva sobre os próximos resultados.
No pequeno varejo, a pesquisa não apontou nenhum efeito da crise financeira global sobre as vendas. Os resultados do levantamento sinalizaram que o pequeno varejo cresceu 13% em outubro sobre igual mês de 2007. No acumulado do ano, a alta é de 10,3%.
O número de famílias endividadas no município de São Paulo subiu um ponto percentual em dezembro, passando de 49% para 50%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Fecomercio-SP. Em relação ao mesmo período de 2007, houve alta de dois pontos percentuais.
Do total de famílias endividadas, 30% estão com contas em atraso, queda de sete pontos percentuais em relação ao mês anterior e queda de seis pontos ante igual mês de 2007.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do paulistano, também apurado mensalmente pela Federação, apresentou queda em dezembro, com variação negativa de 4,2% sobre novembro, aos 127 pontos. Sobre o mesmo mês do ano passado, a queda foi de 9,4%.
Segundo a Fecomercio-SP, esta foi a terceira baixa consecutiva do indicador e o menor índice para o mês desde dezembro de 2003. Ainda de acordo com a entidade, o resultado do ICC em dezembro teve como "vilã" a crise financeira internacional e o possível reflexo na economia brasileira. O ICC varia de zero a 200 pontos, indicando pessimismo abaixo de 100 pontos e otimismo acima.
CRÉDITO. As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que refletem as vendas a prazo, fecharam em queda de 1,7% no período em relação à primeira quinzena de dezembro de 2007. As consultas ao SCPC Cheque, que sinalizam as vendas à vista, declinaram 0,4% na mesma base de comparação.
Pela primeira vez em quatro anos, o total de carnês com pagamentos em atraso que entraram para o SCPC superou o volume dos renegociados. Na primeira quinzena de dezembro, foram 215.767 registros recebidos contra 190.814 cancelamentos.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ