O preço médio da cesta básica na cidade de São Paulo avançou em fevereiro na comparação com janeiro. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o valor médio saiu de R$ 336,59 no primeiro mês de 2013 para R$ 340,61 no período seguinte, com aumento de 1,20%. No acumulado em 12 meses até fevereiro, a alta da cesta básica é de 16,23%. A taxa é muito superior à variação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no mesmo período em questão, de 5,91%.
O levantamento da cesta básica da Fipe verifica os preços de 51 itens, número bem mais reduzido que o de 468 itens do IPC, que, em fevereiro, apresentou taxa de inflação de 0,22%, ante elevação de 1,15% em janeiro. O conjunto observado na cesta é formado por 41 preços do grupo Alimentação, sete de Higiene Pessoal e três de Limpeza. A instituição divide a cidade em seis regiões, conforme o poder aquisitivo e localização. A zona sul e a zona leste, por exemplo, estão divididas em dois grupos cada.
Bairros – Em fevereiro, a zona sul 1, formada por bairros como Vila Mariana, Itaim Bibi e Santo Amaro, manteve a posição já tradicional e teve a cesta mais cara do município. No mês passado, o preço médio nesta região subiu 1,08% e atingiu R$ 354,98.
O segundo valor mais significativo em fevereiro ficou por conta da cesta da zona oeste, região formada por Lapa, Perdizes, Butantã e Pinheiros, entre outros bairros. No mês passado, o conjunto de itens mostrou avanço de 1,06% e passou a custar R$ 347,35.
Na zona norte, formada por bairros como Santana, Casa Verde, Limão e Freguesia do Ó, a cesta teve variação de 0,80% e alcançou R$ 340,89; na zona leste 1 (Mooca, Belém, Tatuapé e Vila Prudente, entre outros), houve alta de 1,36%, o que fez a cesta chegar ao valor de R$ 337,14; e, na zona leste 2 (Itaquera, São Mateus, Aricanduva e São Miguel), a cesta apresentou avanço de 0,98%, para
R$ 327,71. Na zona sul 2 (Jardim Ângela, Capão Redondo, Grajaú e Socorro), o preço médio do conjunto de itens subiu 1,90%. A cesta desta região chegou ao final de fevereiro em R$ 335,61.
Alimentação – Apesar da deflação de 0,21% em Habitação e de o grupo ser o de maior peso no IPC, com 30,94%, a Fipe apontou a desaceleração na classe de despesa Alimentação, de 0,54% em janeiro, para 0,34% no mês passado, como a "principal boa notícia" da inflação paulistana de fevereiro. O IPC, por sua vez, saiu de uma alta de 1,15% em janeiro, para uma elevação de 0,22% no mês passado.
"O movimento de desaceleração começou a ser sentido de forma indireta em janeiro. A grande pressão veio da alta dos industrializados e dos semielaborados, principalmente das carnes, no fim do ano passado. Em janeiro, houve aumento fortíssimo dos in natura, o que mais que compensou a desaceleração desses itens (carnes). Em fevereiro, os in natura se acomodaram e ajudaram realmente no arrefecimento de Alimentação como um todo", explicou o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima. "A alta de 0,34% do grupo Alimentação é a menor desde julho de 2012 (-0,98%)", acrescentou. O conjunto de preços de alimentos tem o segundo maior peso no IPC, de 22,92%.
De acordo com a Fipe, os alimentos industrializados tiveram uma alta de 0,37% em fevereiro (de 0,33% em janeiro); os semielaborados ficaram com deflação de 0,46%, após queda de 0,16%, refletindo o recuo das carnes bovinas (-1,91%). Os alimentos in natura subiram 1,50%.
Veículo: Diário do Comércio - SP