Alimento sobe menos e energia elétrica em baixa fazem Fipe prever deflação para março
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou 0,22% em fevereiro. O número representa uma desaceleração em relação ao mês de janeiro, quando apresentou 1,15%. O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou dentro do intervalo das estimativas de 17 instituições do mercado financeiro consultadas pelo AE Projeções, que oscilavam entre 0,22% e 0,40%, com mediana em 0,33%.
Na comparação com a terceira quadrissemana de fevereiro, o IPC também teve desaceleração, pois o índice apresentou inflação de 0,52% naquela leitura.O grupo Alimentação seguiu em desaceleração, saindo de 2,11% em janeiro, para 0,54% na terceira leitura de fevereiro e fechando o mês com 0,34%. Educação
apresentou a mesma tendência de altas cada vez menores no período, atingindo uma inflação de 6,08% no primeiro mês de 2012, passando por um acréscimo menor de 1,78% na terceira quadrissemana e ficando em 0,27% no fim de fevereiro.
O grupo Despesas Pessoais seguiu a tendência de altas cada vez menores até atingir uma deflação: passou de 2,42% no encerramento de janeiro para 0,51% na terceira quadrissemana e agora, na conclusão de fevereiro, ficou em terreno negativo de 0,10%. O mesmo caminho foi trilhado por Habitação, onde está o item energia elétrica, que saiu de uma inflação de 0,35% em janeiro, desacelerou para uma alta de 0,14% na terceira leitura de fevereiro e, agora, termina o mês em uma deflação de 0,21%.
Transportes foi o único grupo que apresentou aceleração neste período: saiu de uma alta de 0,23% no fim de janeiro, para 0,80% na terceira leitura de fevereiro até chegar em 0,84% no fechamento do mês.
Energia e deflação. Um impacto maior da desoneração da tarifa de energia elétrica e a manutenção do arrefecimento nos preços dos alimentos deverão levar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na cidade de São Paulo para o campo negativo em março, podendo alcançar -0,07%.
A afirmação foi feita há pouco pelo coordenador do IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Rafael Costa Lima, durante entrevista coletiva para comentar a desaceleração do IPC, de 1,15% em janeiro para 0,22% em fevereiro. "O impacto da energia vai ser sentido principalmente em março e
ainda vai ajudar a segurar a inflação, que deverá ficar negativa", disse.
A expectativa da Fipe é de que o efeito maior da desoneração da tarifa seja percebido na terceira quadrissemana de março, quando o item energia deverá sofrer uma retração de 12,75%. Em fevereiro, tarifa de energia elétrica cedeu 5,44% no IPC.
Há, porém,há fontes de pressão esperadas para este ano, como o reajuste na tarifa de transporte urbano em várias capitais. "Se há uma notícia boa dessa inflação (de fevereiro), é a desaceleração dos alimentos (de 0,52% para 0,34%), que podem permanecer neste nível ou até abaixo disso", afirmou.
Ele, no entanto, pondera que a inflação acumulada em 12 meses ainda está elevada (5,91% até fevereiro), "mas não rompeu 6,0% como esperávamos". "Deve permanecer elevada até o meio do ano, se vier o reajuste de transportes, o repasse do custo maior das termelétricas e o retorno do IPI escalonado",
exemplificou.
Veículo: O Estado de S.Paulo