A queda da cesta básica, após o anúncio da desoneração dos impostos federais, durou pouco. Pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que, desde o anúncio da medida, em 8 de março, acompanha a evolução dos preços de um conjunto de 11 produtos que tiveram algum tipo de desoneração, mostrou que os preços voltaram a subir.
Na primeira semana após a desoneração, o preço da cesta recuou 2,79%. Na segunda semana (equivalente à terceira semana de março), a cesta voltou a subir 2,65%, quase anulando a queda dos primeiros dias. A pesquisa verificou os preços em cerca de 25 supermercados da cidade de São Paulo.
"A queda da semana passada sumiu", disse Rafael Costa Lima, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC-Fipe). "Parece fim de promoção. Ou foi uma coincidência, ou o pessoal já desistiu de fazer o repasse."
Na terceira semana de março, os preços medidos pelo IPC da Fipe recuaram 0,18%, deflação menos intensa do que a prevista para o período (queda de 0,23%). O comportamento de alguns preços, que ficaram acima do esperado, levou a entidade a revisar a previsão para o IPC fechado de março, que passou de -0,26% para -0,20%. A pesquisa considerou os preços entre 22 de fevereiro e 23 de março.
"Esperávamos uma deflação nos alimentos, o que não aconteceu", disse Lima. O grupo alimentação subiu 0,68%, ante alta de 0,74% uma semana antes. Por outro lado, o principal colaborador para a deflação do IPC foi a tarifa residencial de energia, que teve queda de 12,33% e impacto de 0,5 ponto percentual no índice. Sem ela, o IPC teria subido 0,32%. Para o ano, a Fipe mantém a projeção de IPC a 5%.
Veículo: Valor Econômico