O Brasil foi o quinto país a mais aumentar as importações entre 2007-2012, portanto desde o começo da crise econômica global, com as compras no exterior crescendo quase 15% por ano no período, segundo levantamento do Barclays Bank.
O estudo coincide com o momento decisivo da escolha de novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual alguns países procuraram vincular o candidato brasileiro, Roberto Azevêdo, à política comercial restritiva do governo.
Conforme o banco britânico, a composição do crescimento das importações desde a crise global se alterou bem mais em direção das economias emergentes, em termos absolutos, particularmente no caso da China, Índia, Brasil, Tailândia, Rússia e Indonésia, além de forte alta na Austrália, Coreia do Sul e Cingapura.
No entanto, focando na mudança percentual nas importações, emergentes como Brasil, Índia, Indonésia e Peru estiveram bem à frente da China em termos de potencial de crescimento da demanda doméstica. O Iraque lidera o pelotão do maior crescimento das importações, com sua reestruturação.
O Brasil não apenas continuou sofrendo déficit na balança comercial com os Estados Unidos, como pela primeira vez nos últimos tempos acumula déficit com a União Europeia, que alcançou US$ 2 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado é que, no lado das exportações, o desempenho do Brasil foi de queda no crescimento das vendas entre 2009-2012 comparado com o período 2000-2008.
O Barclays constata que um fator importante nessas alterações foi a taxa de câmbio real e seu impacto na competitividade. O comércio mundial cresceu 13% nos últimos cinco anos, em plena crise econômica. As exportações globais de bens e serviços aumentaram US$ 5 trilhões em valor. Em volume, a alta foi de US$ 1,9 trilhão, levando em conta os preços de 2005. Embora a expansão tanto em valor como em volume tenha sido menos da metade dos cinco anos precedentes (2002-2007), ainda é uma cifra importante.
Os mercados emergentes representam mais da metade do comércio e continuam crescendo mais do que os desenvolvidos.
Nos últimos cinco anos, a Ásia foi o mercado de maior ganho absoluto para exportadores da União Europeia, América do Sul, Oriente Médio e África. O apetite da Ásia por matérias-primas fez a América do Sul ganhar quase US$ 400 bilhões no comércio de commodities entre 2007-2012.
Os produtores de energia, como os membros do cartel de petróleo da Opep e a Rússia, são agora os que mais acumulam saldo na balança comercial.
A crise da dívida na zona do euro tem tido profundo impacto nos fluxos comerciais desde 2007. As importações do sul da Europa continua declinando.
Veículo: Valor Econômico