Os dados da inflação de abril em São Paulo apurados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram um nível baixo de disseminação do aumento nos preços. Apenas seis itens foram responsáveis por 72% da alta de 0,28% registrada no mês. Leite longa vida, pão francês, contrato de assistência médica, feijão, refrigerante e batata tiveram o maior peso na composição do aumento do índice.
Outros produtos relacionados ao grupo alimentação registraram deflação, ajudando o IPC-Fipe a subir menos, de acordo com Rafael Costa Lima, coordenador da pesquisa. "O frango, por exemplo, teve queda de 7,4% no preço. O peso deflacionário desse item foi maior do que a pressão do leite longa vida, que foi o que mais contribuiu para a alta do índice", disse após a divulgação dos dados na sexta-feira.
A concentração do resultado geral em poucos itens mostra que a alta dos preços não está tão disseminada, segundo o economista. "Não há inflação generalizada", afirmou.
Em abril, o índice de difusão, percentual dos produtos que registraram aumento de preços, foi de 61,32%. Em março, ele havia ficado em 62,39%. Costa Lima considera baixos esses níveis. Em janeiro, por exemplo, o indicador estava em um nível considerado elevado: 72,09%. "A média histórica se situa entre 55% e 70%. Acima disso observa-se uma disseminação maior da inflação", disse.
Para maio, a previsão é que possa haver um pequeno aumento na difusão, em função da perda do efeito da desoneração da cesta básica.
Veículo: Valor Econômico