Num cenário de persistente resistência da inflação, a Copa do Mundo no Brasil em 2014 pode entrar na área como mais um fator de pressão para atrapalhar a convergência dos preços para o centro da meta do governo no próximo ano. Para analistas, a pressão virá dos preços de serviços, como hotéis, transportes e alimentação fora do domicílio. E isso pode alimentar o clamor por mais agressividade do Banco Central (BC) na condução da política monetária brasileira.
"A Copa do Mundo vai levar a inflação para cima, e gera preocupação sim. Haverá uma pressão mais alta nos preços de serviços, com forte ingresso de capital estrangeiro e aumento no consumo", avaliou o economista da Austin Rating, Felipe Queiroz.
Ele projeta aceleração do IPCA de 5,2% em 2013 para 5,5% em 2014, com alta de 9,5% na inflação de serviços, ante 9% neste ano. Os números levam em consideração possível impacto de 0,4 a 0,9 ponto percentual da Copa na inflação de serviços.
"Num quadro já ruim, um evento como a Copa certamente contribui no sentido negativo, e é algo que merece alerta. Um mês antes [do evento começar] já se deve observar tendência de preços (de serviços) maiores, o que fará, sim, diferença no fim do ano", destacou a economista da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro.
Embora destaque que essa seja apenas uma análise qualitativa, Alessandra afirma que o efeito Copa imprime viés altista na previsão de aceleração da inflação a 5,8% em 2014, ante 5,6% em 2013.
Veículo: DCI