Saldo comercial no ano é o pior da história

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Depois de um pequeno superávit em março, a balança comercial brasileira voltou ao vermelho no mês passado. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o saldo foi negativo em US$ 994 milhões, o pior resultado da história para o mês. As exportações somaram US$ 20,6 bilhões e as importações, US$ 21,6 bilhões. As exportações e as importações foram recordes para o mês.

O déficit comercial atingiu US$ 6,15 bilhões no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, também o pior resultado para o período. De janeiro a abril do ano passado, abalança teve superávit de US$ 3,3 bilhões. O último saldo negativo nesse período ocorreu em 2001.
A secretária de Comércio Exterior do ministério, Tatiana Prazeres, afirmou que abalança comercial brasileira deve mostrar recuperação este mês, com superávit. "Nossa expectativa é de ter superávit na balança comercial em maio e seguimos com a expectativa de ter um ano com saldo positivo."

Projeção. Ela destacou que, embora haja déficit superior a US$ 6 bilhões até abril, no acumulado em 12 meses a balança ainda tem superávit de quase US$ 10 bilhões. A secretária, porém, não traçou projeções para o comércio exterior este ano.

Tatiana ressaltou que o saldo negativo deste ano é proporcionalmente menor em relação ao valor exportado no período. A secretária disse que o déficit representa 8,6% das exportações no primeiro quadrimestre de 2013. Em 1995, até então o maior déficit para o período, o saldo negativo de US$ 2,76 bilhões representou 21% do que o Brasil exportou naquele ano. "O déficit deste ano representa uma fatia bastante inferior das nossas exportações do que em outros quadrimestres."

As vendas externas somam US$ 71,47 bilhões no ano, com média diária de US$ 871,6 milhões, o que significa uma queda de 3,1% na comparação com a média diária do primeiro quadrimestre do ano passado. As importações,por outro lado, totalizam US$ 77,62 bilhões, recorde para os primeiros quatro meses do ano. Pela média diária, de US$ 946,6 milhões, o crescimento é de 10,1% em relação ao mesmo período de 2012.

No mês passado, a média diária das vendas externas foi de US$ 937,8 milhões, queda de 4,1% em relação à média diária de abril de 2012, de US$ 978,3 milhões. As importações tiveram média diária de US$ 983 milhões, recorde para abril. O crescimento é de 5,2% na comparação com abril do ano passado.

Petróleo. Tatiana disse que a balança de petróleo e derivados é o principal fator para os déficits comerciais este ano. Segundo ela, as vendas externas desses produtos tiveram queda de 55,1% em relação a abril de2012. No ano, a retração foi de 43%. "Se desconsiderarmos petróleo e derivados, estamos, em 2013, com média diária de exportação superior a 2012, embora, no conjunto, seja inferior à do ano passado."

"Há uma queda na produção de petróleo, relacionada, entre outros aspectos, com manutenção de plataformas, e houve aumento do consumo para refino no Brasil", disse. Segundo ela, o déficit comercial na balança do petróleo em abril foi de US$ 2,71 bilhões. Na outra ponta, as importações estão infladas pelo registro de operações feitas pela Petrobrás ainda em 2012.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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