O Banco Central (BC) fará o que for necessário e de forma tempestiva para a inflação cair na segunda metade do ano, afirmou o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, ontem.
"O Banco Central está vigilante e fará o que for necessário, com a devida tempestividade, para colocar a inflação em declínio no segundo semestre e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", afirmou ele, ao participar do Seminário Anual de Metas para a Inflação do BC.
Tombini reforçou, contudo, que a avaliação do BC é que a inflação está e continuará sob controle, embora um choque de oferta de alimentos tenha contribuído para manter elevada a alta dos preços. Por isso, o BC agiu, subindo a Selic, e continuará vigilante, segundo ele, "Um choque de oferta registrado nos segmentos de alimentos, entre outros fatores, contribuiu para manter a inflação em níveis elevados e acima do esperado nos últimos trimestres. Não obstante, a inflação está e continuará sob controle", diz.
O IPCA fechou abril a 0,55%, ficando em 12 meses em 6,49%, muito próximo do teto da meta de inflação do governo de 6,50%, ainda pressionado pelos preços dos alimentos. Em abril passado, o BC deu início a mais um ciclo de aperto monetário, ao elevar a taxa básica de juros (Selic) a 7,5%, dando sinais de que o movimento deve continuar.
"A comunicação e as ações do BC têm sido consistentes com essa visão. Em janeiro, o BC explicitou sua preocupação com o nível de inflação e com a disseminação do aumento dos preços. Em março, o BC reafirmou sua preocupação com o cenário prospectivo para a inflação. Além disso, sinalizou que, num futuro próximo, poderia ocorrer uma resposta da política monetária, ou seja, uma elevação da Selic", completou Alexandre Tombini.
Segundo o presidente do BC, a autoridade monetária agiu também por meio da comunicação com o mercado. "Não resta dúvida de que a comunicação é parte integrante e importante da condução da política monetária. As mensagens passadas pelo BC, por si, determinaram mudanças relevantes nas condições financeiras de modo geral. Mas ações também foram tomadas e a mais relevante foi o início do ciclo de ajustes na taxa de juros básica da economia", afirmou.
Tombini disse também que o cenário externo permanece complexo e que os riscos para economia global parecem elevados. Segundo ele, a tendência é que isso se intensifique ao longo de 2014. O presidente do BC destacou que os bancos centrais têm ampliado suas ações não convencionais. Segundo ele, os canais de crédito não tem tido a saída esperada.
O presidente do BC previu ainda um aumento da taxa de investimento no Brasil. Segundo ele, a redução dos custos logísticos devem aumentar os investimentos, com os empresários animados com a melhoria da infraestrutura.
Veículo: DCI