Preço do etanol deve voltar a ser competitivo

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Volume da safra e isenção tributária derrubam preço no campo. Se postos mantiverem a margem, litro pode chegar a R$ 1,91

O preço do etanol nas bombas em Minas Gerais tem tudo para cair nas próximas semanas, a ponto de tornar o combustível vantajoso frente à gasolina. A possível queda se deve à isenção tributária da dupla PIS/Cofins, concedida pelo governo federal em 8 de maio, e à safra recorde de cana-de-açúcar (57 milhões de toneladas) – os produtores não enfrentam em 2013 uma estiagem semelhante à de 2012 e ainda aumentaram em 8% a área plantada. O abastecimento com etanol só é vantajoso se o litro custar no máximo 70% do cobrado pelo da gasolina.

O preço médio do litro do etanol em Minas, atualmente, é de R$ 2,20, o que corresponde a 75% do valor médio da gasolina (R$ 2,90). Mas a cifra poderá recuar para R$ 1,91, abaixando o percentual para 66% (veja quadro). Para a Associação das Indústrias Sucroenergéticas (Siamig), entidade que reúne os produtores mineiros de etanol, a queda de R$ 0,29 em cada litro já deveria, inclusive, ter chegado às bombas.
   
Os usineiros explicam que o início da colheita, no mês passado, refletiu na redução de R$ 0,17 do preço pago pelas distribuidoras ao setor. Para se ter ideia, os produtores moeram, na primeira quinzena de maio, pouco mais de 7,3 milhões de toneladas de cana. No mesmo período do ano passado, quando a estiagem prejudicou a cultura no estado, os usineiros moeram apenas 3,5 milhões de toneladas. A diferença levou o preço do litro vendido pelos produtores às distribuidoras a cair de R$ 1,30, em abril, para R$ 1,13 em maio.

O segundo motivo é a isenção do PIS/Cofins, que representa uma queda de mais R$ 0,12. Esses dois tributos eram recolhidos pelos produtores (R$ 0,05/litro) e distribuidoras (R$ 0,07/litro). “Se o novo preço (R$ 1,91) já tivesse chegado às bombas, seria vantajoso abastecer com etanol”, garante o secretário-executivo da Siamig, Mário Ferreira Campos Filho.

Para o presidente-executivo do sindicato que representa as distribuidoras (Sindicom), Alísio Vaz, no entanto, a situação não é tão simples assim. Ele alerta que algumas questões, como o custo do frete, devem ser levadas em conta: “A maioria das usinas em Minas Gerais (22, de um total de 41 empreendimentos) está na Região do Triângulo, ou seja, distante (a cerca de 500 quilômetros) da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o maior mercado consumidor no estado”.

Alísio, porém, concorda que o preço do etanol pode recuar nas bombas do estado nas próximas semanas. Isso porque as distribuidoras ainda não teriam repassado aos postos toda a redução no valor. “Considerando que o preço médio que as distribuidoras mineiras negociam com os postos de combustíveis não sofreu alteração significativa desde o fim de abril, há potencial para a redução no preço chegar ao consumidor.”

Minaspetro

A queda do preço nas bombas, contudo, ainda dependerá do terceiro e último setor da cadeia de etanol: os postos de combustíveis. O receio dos produtores de etanol é de que, sem o repasse da redução pelos postos dos mesmos R$ 0,29 por litro, o preço do combustível na bomba não fique competitivo. Procurado pela reportagem, o empresário Paulo Miranda, presidente do Minaspetro, sindicato que representa os postos de combustível no estado, não retornou até o fechamento desta edição.



Veículo: Estado de Minas


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