Intenção de compra é a menor em 11 anos

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50,4% dos paulistanos pretendem adquirir bens duráveis no 3º trimestre, o menor resultado para o período desde 2002, diz Provar/FIA

A intenção de compra do consumidor no 3.º trimestre de 2013 caiu para o menor nível em 11 anos. Pesquisa do Programa de Administração de Varejo e da Fundação Instituto de Administração (Provar/ FIA) com 500 paulistanos na 1.ª quinzena de junho, antes dos protestos, revela que 50,4% dos entrevistados pretendem adquirir algum bem durável ou semidurável entre julho e setembro.

Esse resultado é o menor para o 3.º trimestre desde 2002. Naquele ano, a intenção de compras no 3.º trimestre havia sido de 21,9%. Quando comparada com o trimestre anterior, a intençãodecomprasdo3.º trimestre é 8,8 pontos menor. Ante igual período de 2012, a queda foi de 3,4 pontos porcentuais.

“O que afeta o consumo é a confiança do consumidor e as condições atuais são desfavoráveis”, afirma o presidente do Conselho Provar/FIA e responsável pela pesquisa,Claudio Felisoni de Angelo. Ele observa queem8das 13 linhas de produtos pesquisadas o consumidor reduziu a intenção de compras no 3.º trimestre em relação a igual período de 2013. O destaque é para os imóveis, com que da de 52,8% e carros,com recuo de 38,9%.

A pesquisa mostra que o desempenho de um conjunto de variáveis está jogando contra o ritmo de compras.No3.ºtrimestre deste ano, a sobra de orçamento para consumo, depois de pagas as despesas obrigatórias, é menor: 8,3%, ante 12,3% no 3.º trimestre de 2012. Além disso, a inadimplência média, de 7,8%, continua alta.

Desemprego. A partir de agora, a pesquisa do Provar/FIA começa a consultar os consumidores sobre as expectativas de desemprego, já que essa é uma variável- chave para o consumo.O indicador de projeção de expectativa de desemprego é favorável quando está abaixo de 100 e desfavorável, em caso contrário. Para o 3.º e 4.º trimestres deste ano, a pesquisa mostra que houve uma piora do indicador. No 3.º trimestre, ele ficou em 113,95 pontos e, no 4.º trimestre, em120,93.Felisoni destaca que, quando há deterioração da expectativa de desemprego, o consumo diminui.

Outro resultado relevante que confirma o menor ímpeto de compras é que o consumidor no 3.º trimestre não pretende realocar compras. Isto é, deixar de comprar um item para adquirir outro. Normalmente, há essa migração entre produtos. E as trocas cessam em casos extremos: quando a situação é muito favorável e sobra renda ou quando o orçamento está comprimido e o consumidor compra só os itens básicos. Na opinião de Felisoni, essa é a situação atual.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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