O comércio do Rio de Janeiro deve ser o setor da economia local mais beneficiado pelo fluxo de 800 mil a 1 milhão de peregrinos que chegarão à cidade para participar da Jornada Mundial da Juventude, na próxima semana.
Impulsionado pelo evento, o setor varejista espera expansão de 10% nas vendas de julho na comparação com igual mês de 2012. O mesmo não pode ser dito do mercado hoteleiro, que deve ter ocupação abaixo da média, bem como das agências de viagem, com a procura por pacotes para deixar a cidade igual à do ano passado nesse período.
O Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDL-Rio), que projetou o aumento nas vendas, acredita que a jornada beneficiará lojas especializadas em produtos relacionados ao evento. É o caso de camisetas, bolsas, bonés, CDs e vídeos com os símbolos do encontro. "Lojas da zona Sul e do centro da cidade são as que mais devem ser beneficiadas, pois estão em regiões que atraem os turistas", afirma o presidente do CDL, Aldo Gonçalves.
O secretário de Turismo do Rio (Riotur), Antonio Pedro Figueira de Mello, reconhece que o setor hoteleiro não terá resposta positiva devido ao perfil dos peregrinos - em geral hospedados em casas de católicos. Mas, para Mello, bares e restaurantes devem lucrar mais, com oferta de refeições para os participantes. É da Riotur a estimativa do total de pessoas no evento.
As projeções otimistas do Clube de Diretores Lojistas foram vistas com reservas pelo presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), Pedro de Lamare. Ele não acredita que a jornada trará aumento significativo de faturamento do comércio. Ele concorda com a avaliação de Mello sobre o setor hoteleiro. A ocupação deve girar em torno de 55%.
Na análise do presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio de Janeiro (Abav-RJ), George Irmes, os benefícios para o turismo do Rio serão indiretos. "O ganho é com mídia espontânea. É uma promoção gratuita para atrair turistas no futuro ", diz.
O feriado prolongado devido à visita do Papa, não alavancou vendas de pacotes de saída dos cariocas do Rio para o exterior, afirma Irmes. "O dólar está alto. No ano passado estava mais atraente. Este ano as vendas serão similares às de julho do ano passado", acrescenta.
Veículo: Valor Econômico