As aplicações do crédito rural em Minas Gerais, na safra 2012/2013, considerando apenas os repasses do Banco do Brasil, somaram R$ 9,6 bilhões, uma variação positiva de 16,4% em relação ao valor registrado no período anterior. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o resultado é explicado principalmente pelo aumento do valor do crédito contratado individualmente no Estado. Além disso, o número de contratos (cerca de 149 mil) foi 5% superior ao registrado entre julho de 2011 e junho de 2012.
"Os dados divulgados pelo Banco do Brasil mostram um interesse crescente dos agricultores pela adoção do crédito rural", observa Diego Alves Peçanha, assessor técnico da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa. "Uma análise dos repasses da última safra, em relação ao valor registrado no período 2009/2010, mostra crescimento de 32,6% nas aplicações", ressalta.
Segundo Peçanha, na safra 2012/2013, período de julho a maio, as aplicações exclusivamente da agricultura empresarial já alcançavam R$ 7,7 bilhões, superando em 3% o total de repasses registrado no mesmo período da safra anterior. "Já a agricultura familiar fez aplicações de R$ 1,7 bilhão até maio deste ano, um crescimento de 13,3%", diz o assessor.
O principal produto envolvido no crédito em Minas, mediante recursos do Banco do Brasil, é o café, com aplicações de R$ 2,6 bilhões no acumulado na safra 2012/2013. A liderança do segmento café é confirmada também, no período, pelo volume de contratos: 48,1 mil.
Em segundo lugar estão as aplicações em bovinos de leite, da ordem de R$ 925,2 milhões, por intermédio de 16 mil contratos. Para o segmento bovinos-carne, o crédito utilizado foi de R$ 846 milhões, por meio de 10,3 mil contratos. Os produtores de milho fizeram aplicações de R$ 745,2 milhões, registradas em 7,7 mil contratos. No segmento soja houve aplicações de R$ 514,7 milhões, com 2 mil contratos.
Regiões - O assessor observa também que os produtores do Sul de Minas fizeram as mais altas aplicações do Estado (R$ 2,3 bilhões), embora o número de contratos, 9,3 mil, seja apenas 2% maior que o registrado na safra anterior. Em segundo lugar estão os produtores do Alto Paranaíba, com R$ 1,5 bilhão obtidos em 11,4 mil contratos, neste caso um aumento de 3%. Terceiro colocado em valor de repasses (cerca de R$ 1,2 bilhão), o Triângulo Mineiro registra 9,3 mil contratos, volume 7% superior ao da safra 2011/2012. Já a região Central, por intermédio de 13,2 mil contratos ( 10%), obteve o repasse de R$ 1,1 bilhão.
Na faixa dos milhões de reais, as maiores aplicações são do Centro-Oeste de Minas, com R$ 897,1 milhão. Depois vem a região Noroeste, que teve repasses de R$ 848,1 milhões mediante 5,7 mil contratos. E a Zona da Mata somou R$ 673,7 milhões, por meio de 25,5 mil contratos.
Para Peçanha, um dos destaques foi o aumento do volume de contratos inclusive nas regiões que apresentam aplicações de crédito menores. Os produtores do Norte de Minas aplicaram R$ 399,5 milhões, mas o número de contratos (7,8 mil) equivale a um aumento de 35% em comparação ao registrado na safra anterior. O Vale do Jequitinhonha, embora com as menores aplicações (R$ 243,5 milhões), apresentou um aumento de 15% no volume de contratos.
No Brasil, as aplicações do crédito rural, entre julho de 2012 e junho de 2013, alcançaram R$ 133,2 bilhões, um aumento de 7,5% em relação ao período anterior.
A expectativa para a nova safra, de acordo com o assessor, é de que os valores aplicados aumentem como conseqüência dos benefícios apresentados no novo Plano Safra Agrícola e Pecuário para a safra 2013/2014. Entre eles, a redução dos juros, o aumento dos limites para cada contratação e linhas de crédito para armazenagem, inovação tecnológica, irrigação e para o Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC). Todos esses fatores possibilitam a estimativa de aplicações superiores a R$ 10 bilhões em Minas. As informações são da Seapa.
Veículo: Diário do Comércio - MG