Frio intenso alavanca vendas do comércio

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As baixas temperaturas assustam a maioria da população gaúcha, mas há uma parcela que comemora a chegada do frio intenso ao Estado. Os comerciantes de produtos sazonais festejam a chegada da intensa onda de frio que, na Capital, trouxe resultados positivos para o varejo, em especial no último fim de semana.

Conforme levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, a alta nas vendas em setores de vestuário, roupas de cama e aquecedores chegou ao pico de 40% de crescimento de sexta a domingo, em relação ao final de semana anterior, o que gera a expectativa de um crescimento de 9% durante todo o inverno em relação ao verificado no mesmo período de 2012.

Na loja de roupas de cama, mesa e banho, Rainha das Noivas, localizada na Azenha, as vendas de cobertores e edredons aumentaram de 10% a 15% desde sexta-feira. Segundo a gerente da loja, Rosana Barbosa, a liquidação de agosto da loja foi antecipada para julho na tentativa de despertar o desejo de comprar mesmo com temperaturas não muito baixas. “Tivemos a sorte do início da liquidação coincidir com o frio forte. Estamos com o estoque elevado, prontos para aguentar vendas como as dos últimos dias até agosto ou setembro”, afirmou.

Além dos descontos, a loja também realiza uma promoção em que o cliente pode comprar dois produtos pelo preço de um. A auxiliar de serviços gerais, Suzi de Souza, aproveitou a oportunidade para comprar três cobertores. “Com certeza, se não fosse pelo frio que está fazendo, eu não ia precisar comprar mais cobertores, mas o preço também está muito bom, bem menor do que antes, então valeu a pena”, disse Suzi.

A gerente da loja de vestuário Hering, localizada na Rua dos Andradas, Cláudia Oliveira, afirmou que a procura por artigos como ceroula, blusas básicas, moletons e jaquetas aumentou muito desde a semana passada e advertiu que “a loja já não tem muitas mercadorias de inverno, principalmente roupas femininas no tamanho pequeno e extragrande”. A dona de casa Cida Barbosa Santos Silva estava na loja em busca de moletons para ela e o marido e disse que a maior dificuldade era encontrar peças quentes com um bom preço.

O casal de aposentados Valdir Rodrigues e Jussara Costa enfrentavam o mesmo problema na busca por roupas para o neto na loja Pompéia da rua Vigário José Inácio, direcionada aos clientes das classes C e D. “Mesmo com as promoções, os preços continuam salgadinhos, ainda mais nas roupas das crianças”, disse Jussara. A dupla afirmou que não precisava comprar vestuário, pois conseguia aproveitar o que tem no armário, porém admitiu que, com o aumento do frio, começava a pensar em investir em um aquecedor de um modelo mais novo e potente para casa.

Eles não foram os únicos que pensaram desta forma. Produtos como aquecedor de ambiente, fogão à lenha e ar-condicionado Split tiveram as vendas alavancadas principalmente a partir da metade de julho. Conforme Sérgio Eusébio, gerente da CR Diementz, comércio de eletroeletrônicos e eletrodomésticos situada na rua Doutor Flores, “a loja registrou um aumento de 20% a 30% nas vendas destes produtos desde o início da semana passada”.
Paralisação e manifestações prejudicaram lojistas

Além das temperaturas amenas até a semana passada, os vendedores e gerentes de lojas da Capital apontam as manifestações e a paralisação do dia 11 deste mês como fatores que puxaram as vendas para baixo. De acordo com o presidente da CDL Porto Alegre, Gustavo Schifino, o frio deverá ajudar a recuperar as perdas de junho, consequência das depredações sofridas em meio às manifestações e das temperaturas elevadas.

Já para a subgerente da loja Colombo da rua Doutor Flores, Debora Bencke, “mesmo com o aumento na procura pelos produtos sazonais e das promoções feitas pelas lojas do grupo, de um modo geral o faturamento continua bem abaixo do esperado para o mês por ter de operar com horário reduzido”. A gerente da loja Pompéia, Fernanda Santos, sustentou que não há como se recuperar de um mês fechado no negativo. “Foram três tardes e um dia inteiro sem trabalhar. Para nós isso é muito”, enfatizou Fernanda.



Veículo: Jornal do Comércio - RS









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