Pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) mostra que quase 70% dos lojistas de Belo Horizonte venderam menos do que almejavam no primeiro semestre de 2013. Para 45,3%, os negócios tiveram resultado aquém do alcançado no ano passado, no mesmo período, enquanto cerca de 30% (29,8%) venderam mais do que em 2012 e 24,9% empataram. Entretanto, o segundo semestre traz o Dia dos Pais, o Dia das Crianças e o Natal, datas que elevam o otimismo do comércio, fazendo com que 86% dos entrevistados apostem que as vendas serão melhores daqui até o encerramento do ano.
O levantamento mostra que as manifestações públicas, para 47% dos entrevistados, comprometeram o desempenho do comércio e tiveram forte influência na queda das vendas e, por conseqüência, no resultado do semestre. Neste sentido, 21% dos empresários ouvidos pela Fecomércio citaram o atraso dos empregados como principal motivo para a redução de vendas e 13,3% a necessidade de alteração no horário de funcionamento das lojas.
Mas o resultado da Páscoa mostra que 81% dos comerciantes tiveram resultado igual (46,7%) ou pior (34,3%) do que o de 2012. Significa que apenas 19% venderam mais do que no ano passado, na mesma data. Dentre aqueles que responderam ter vendido mais, 50% disseram que o aumento foi de até 10%, enquanto 35,7% contabilizaram aumento de 10% a 20%.
De maneira semelhante, o Dia das Mães não foi tão bom para 74% dos entrevistados, sendo que 38% ficaram com o resultado pior e 36% conseguiram empatar, ou seja, 26% apenas conseguiram ampliar as vendas. Em relação o Dia dos Namorados, 41,4% disseram ter fechado menos negócios do que em 2012, 36,7% não tiveram crescimento nem redução de vendas e pouco menos de 22% notaram desempenho melhor.
Mas Natal é sempre motivo de otimismo para os comerciantes. Dentre os 86% que preveem vendas melhores no segundo semestre, mais da metade (55,4%) está apostando as fichas em Papai Noel. Os empresários também citaram o recebimento do 13% salário (20,6%), o Dia dos Pais (10,%) e o Dia das Crianças (4%) como importantes alavancadores de vendas. Como fatores inibidores do consumo, 47,2% lembram o endividamento das famílias, 22,1% a inflação e 15,9% os preços altos.
Promoção - Para ajudar o aquecimento dos negócios, 45% dos lojistas adiantaram que vão investir em preços promocionais no segundo semestre; 19,9% pretendem diversificar o mix de produtos; 13,8% estão preocupados em dar mais visibilidade à loja e 11,3% farão propagandas para atrair o consumidor. "As dificuldades do primeiro semestre serão um estímulo para o resto do ano", acredita o economista da Fecomércio Gabriel de Andrade Ivo.
Sobre a forma de pagamento das compras, o parcelamento via cartão de crédito vai permanecer de longe na dianteira, segundo preveem 9,3% dos entrevistados da entidade. Em seguida vêm o pagamento a vista em dinheiro (3,1%), o pagamento a vista em cartão de débito e as prestações feitas por meio de crediário e carnês de lojas.
Veículo: Diário do Comércio - MG