Com o cenário de escassez de oferta consolidado para a atual temporada que encerra neste mês de julho, as atenções se voltam para o desenvolvimento da safra nacional. As estimativas preliminares da consultoria Safras & Mercado apontam para uma elevação de 10% da área plantada - de 1,902 milhões para 2,100 milhões de hectares - que, em condições normais de clima deve gerar uma produção 31% superior - indo de 4,245 milhões para 5,618 milhões de hectares.
"Confirmado este montante de produção e a manutenção de preços acima dos mínimos estipulados pelo governo, a oferta de cereal brasileiro à disposição da indústria nacional deve se elevar de forma significativa", destacou o analista de Safras & Mercado Elcio Bento. A não presença do governo via leilões de Prêmio para Escoamento do Produto (PEP), bem como o retorno dos países da Ex-URSS na ponta vendedora do mercado internacional, reduzirão as exportações, que nos últimos anos tem sido a principal válvula de escape da produção gaúcha.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou 5,08 milhões de toneladas de trigo, do total de 6,63 milhõe de toneladas ofertadas no leilão de venda realizado no dia 18 de julho. O aviso 115/13 negociou 76,62% do cereal ofertado, com valor total da operação em R$ 4.460.300,00.
Segundo a secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) do Paraná, o plantio de trigo está 99% concluído, contra 91% da semana anterior. Encontram-se em boas condições 79% das lavouras, 17% em condições médias e 4% em condições ruins. Do total, 8% das plantações estão em germinação, 51% em desenvolvimento vegetativo, 27% em floração e 14% em frutificação. A comercialização é de 5%.
De acordo com o mais recente boletim da Emater/RS, com as condições meteorológicas vêm colaborando com os produtores durante o último período, e foi posssível avançar de forma significativa o plantio da safra 2013, encaminhando-a para seu final. No momento o percentual de área semeada atinge 96%, sendo que 92% já germinaram. Apenas poucas áreas dos Campos de Cima da Serra e do Sul do Estado ainda restam para serem concluídas. Os atuais percentuais estão dois pontos acima daqueles verificados nos últimos cinco anos.
A temperatura e a umidade também estão propiciando condições favoráveis ao bom desenvolvimento das lavouras dando a elas um bom padrão, sem a presença de doenças fúngicas e pragas em que pese alguns períodos de alta umidade pelo período da manhã. Na Região Celeiro (noroeste do Estado), onde tradicionalmente a cultura é semeada primeiro, algumas lavouras já começam a entrar em fase de elongação e floração. Todavia, estas representam menos de 1% do total já semeado. Por ora os triticultores seguem executando os tratos culturais (controle de invasoras e aplicação de nitrogênio em cobertura).
O mercado continua aquecido, sustentado pela escassez de produtos e demanda crescente, fazendo com que o preço de referência para o produtor tivesse um significativo aumento (3,96%), colocando o preço médio da saca de 60 kg em R$ 32,27.
Veículo: Diario do Comércio - MG